O deputado Elvino Bohn Gass (PT-RS) manifestou, em plenário, a suspeita de uma “maracutaia” por parte do governo ilegítimo de Temer para garantir votos para a rejeição, pela Câmara, da nova denúncia que a Procuradoria-Geral da República apresentou contra ele. “Pasmem! Tudo, até agora, leva a crer que o governo está trocando ambulâncias por votos”, afirmou o deputado. “Recebemos informações de que prefeitos estariam sendo orientados a procurarem parlamentares dispostos a votar a favor de Temer e pedir a eles ambulâncias para seus municípios. Precisamos investigar para saber se estamos diante de reedição da máfia das ambulâncias”, completou.
A prática clientelista teria como pano de fundo a Portaria 2214, do Ministério da Saúde, que trata de compra de ambulâncias e que foi publicada no Diário Oficial da União no último dia 1° de setembro. “Estranhamente, quando minha assessoria buscou informações junto ao Ministério da Saúde para saber como os municípios poderiam se candidatar para receber as ambulâncias, a informação recebida foi que os detalhes seriam fornecidos pela Secretaria-Geral de Governo. Ora, a planilha dos deputados que votaram no Temer, para absolvê-lo, está exatamente na Secretaria de Governo”, diz o parlamentar.
CRITÉRIOS – Considerando que a distribuição de ambulâncias compradas com dinheiro do governo federal seria uma atribuição natural do Ministério da Saúde e nunca da Secretaria-Geral de Governo, Bohn Gass anunciou que está encaminhando vários pedidos de informações. O deputado quer saber quais critérios foram utilizados para a compra das ambulâncias e, especialmente, para a sua distribuição. E, ainda, por que motivo as informações sobre uma portaria editada por um ministério estão centralizadas em outra pasta?
“Tudo leva a crer que o governo esteja vinculando a entrega de veículos fundamentais para o socorro de pacientes graves, aos votos de deputados que tentarão impedir Temer de acertar suas contas com a Justiça”. Bohn Gass também está acionando o Ministério Público, o Conselho Nacional de Saúde e a Confederação Nacional dos Municípios para que busquem informações e, se for o caso, abram processos investigatórios no sentido de apurar eventuais desvios de finalidade do programa. “A se confirmarem as suspeitas, quem sabe conseguimos evitar a consolidação dessa prática clientelista abjeta”.
Bohn Gass chama a atenção, ainda, para o fato de a Secretaria-Geral de Governo ser comandada por Antonio Imbassahy, um prócer do PSDB. “E os tucanos, todos sabemos, trabalham para evitar que a segunda denúncia contra Temer tenha prosseguimento. Eu lamento, mas sinceramente não me surpreendo, porque o quadrilhão só fez o que fez com o Brasil, porque sempre contou com o apoio e a cumplicidade da tucanalha”.
Assessoria Parlamentar