O programa Ciência sem Fronteira atingiu sua meta com a concessão global de mais de 100 mil bolsas em quatro anos, sendo 78% deste total na modalidade de graduação. A informação consta de uma avaliação preliminar do programa, apresentada pela Capes e pelo CNPq na 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Ao todo, são mais de 30 países de destino, com bolsas em cerca de 15 áreas prioritárias de desenvolvimento para o Brasil, tais como engenharia, saúde e tecnologia. Os números mostram que 32.600 bolsistas brasileiros realizaram intercâmbio através do Ciência sem Fronteiras nos Estados Unidos, mais de 11 mil estudantes foram para o Reino Unido e outros oito mil alunos estudaram em universidades do Canadá.
Entre as instituições de ensino superior brasileiras, a Universidade de São Paulo (USP) é a instituição que teve mais bolsistas contemplados, com 6,5 mil. Já entre as instituições que tiveram bolsas concedidas em comparação com o número de alunos matriculados, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) lidera a lista, com 35% das bolsas, seguido da Universidade Federal de Itajubá, com 22%.
Até o final de 2014, mais de 40 mil bolsistas já haviam retornado ao Brasil. Ao final de 2015, serão mais 32 mil egressos e, neste segundo semestre, estão viajando 14.050 bolsistas de graduação das últimas chamadas da modalidade da primeira fase do programa.
Criado em 2011, o Ciência sem Fronteira também apresenta como resultados positivos e imediatos o fortalecimento do aprendizado de idiomas, com a criação de uma política de línguas: o Idioma sem Fronteiras (IsF).
O programa também contribuiu positivamente para as relações diplomáticas entre o Brasil e diversos países. Além da internacionalização do ensino superior ter entrado na pauta e ter despertado a necessidade de tratá-la de forma estratégica.
Na segunda fase do CsF, anunciada em junho do ano passado pela presidenta Dilma Rousseff, haverá um melhor equilíbrio da oferta de bolsas entre as modalidades, já que a graduação foi a mais contemplada na primeira fase; também será aprimorada a participação das universidades no acompanhamento dos bolsistas, tanto no processo seletivo como no período em que o aluno estiver no exterior, a exemplo do que já é feito com a pós-graduação. Trabalhar no melhor aproveitamento de créditos é outro desafio. Também há o objetivo de aumentar a participação do setor privado.
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