O Governo Federal vai oferecer, a partir do segundo semestre deste ano, 105 mil vagas em instituições federais para a formação complementar de professores que já estão dando aulas na rede pública de ensino, mas não possuem a especialização da disciplina que ministram. Além da formação adequada, a proposta busca valorizar a carreira dos professores.
“Se nós quisermos ter qualidade na educação, nós teremos que resolver a formação do professor. Não há outro caminho. Eu diria que é o ponto mais estratégico para melhorar a educação no Brasil”, afirmou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
Um diagnóstico feito pela pasta, com base nos dados do censo escolar de 2015, revelou que o Brasil conta atualmente com 709,5 mil professores que lecionam uma ou mais disciplinas nos anos finais do ensino fundamental ou no ensino médio da rede pública. Desse total, 374,8 mil docentes precisam realizar algum curso de complementação para as disciplinas que trabalham.
Com base no levantamento, o MEC classificou a situação dos professores no Brasil em cinco grupos básicos:
Grupo 1 – Professores que já possuem licenciatura ou bacharelado com complementação na disciplina que atua;
Grupo 2 – Professores com bacharelado na disciplina correspondente, mas sem licenciatura ou complementação pedagógica;
Grupo 3 – Professores que possuem licenciatura diferente da área que lecionam ou com bacharelado nas disciplinas da base curricular comum e complementação pedagógica diferente da área que lecionam;
Grupo 4 – Professores com formação superior diferente da área que atuam;
Grupo 5 – Casos excepcionais de professores sem curso superior.
O chamado Grupo 1 são os professores que estão com a qualificação desejada pelo ministério. Já os demais são os grupos que precisam de alguma qualificação complementar. No caso da disciplina de Física, por exemplo, apenas 31,3% dos professores possuem a licenciatura, recomendada para ministrar as aulas.
A qualificação completa também é minoritária entre os professores de Geografia (37,7%), História (39,9%), Ciências (40,1%) e Matemática (48,7%). Os demais docentes dessas disciplinas podem ter cursos de bacharelado e licenciatura em outras áreas, dependendo do caso.
Para solucionar esse problema, cursos presenciais e à distância serão ministrados para esses professores, com carga horária que variam entre 500 e 2.800 horas, dependendo de cada situação. O ministério ainda está discutindo, junto às secretarias estaduais e municipais de educação, formas de estimular a procura por essa formação. Uma delas pode ser a melhora da carreira dos profissionais.
Vagas
Serão ofertadas 24 mil vagas presenciais em instituições federais, além de outras 81 mil através da Universidade Aberta do Brasil. Todas essas vagas já estarão disponíveis a partir do segundo semestre deste ano. O MEC também não descarta acordos com instituições privadas de ensino, caso as vagas das instituições federais se esgotem.
“Nenhum professor que está dando aula no Brasil, efetivo, que está em sala de aula, deixará de ter vaga para se formar. Se todas essas vagas forem preenchidas, nós iremos atrás de vagas em instituições privadas”, disse Mercadante.
As inscrições serão abertas no próximo dia 5 de abril. Os professores interessados poderão se inscrever nos cursos via Plataforma Freire. A expectativa é que o resultado seja divulgado até o dia 30 de junho.
Agencia Brasil