Governistas terão que explicar porque não querem autorizar STF a investigar Temer

O vice-líder da bancada do PT na Câmara, deputado João Daniel (SE), afirmou durante entrevista coletiva nesta quinta-feira (21) que, ao contrário do que afirmam os representantes da tropa de choque de Temer na Câmara, a “vida do governo” nos próximos dias na Casa não será fácil. A análise, segundo ele, ocorre por conta da segunda denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra Michel Temer. Apesar de acreditar que o tema deve dominar os debates na próxima semana, o vice-líder disse que o PT vai insistir na aprovação de propostas da reforma política como o financiamento público e a redução dos custos de campanha.

“Os governistas vão ter que explicar à sociedade porque não querem autorizar o STF a investigar Temer. Os mesmos que derrubaram a então presidenta Dilma, dizendo que o governo dela era corrupto, agora demonstram querer esconder a corrupção do governo Temer, comprovada com malas, áudios e vídeos”, destacou João Daniel.

Ainda de acordo com o parlamentar, a base aliada que fez um esforço enorme para enterrar a primeira denúncia da Procuradoria Geral da República contra Michel Temer por corrupção passiva, terá agora dificuldades ainda maiores para derrubar a segunda denúncia.

“A expectativa agora, até pelo que ouvimos de membros da base aliada ao governo, é que o desgaste de Temer aumenta a cada dia. Até esses deputados que votaram pelo arquivamento da primeira denúncia, começam a acreditar que podem comprometer seus mandatos se votarem a favor do governo novamente”, destacou João Daniel.

Reforma política – Apesar de reconhecer que a pauta de debates da Câmara será “contaminada” pela análise da segunda denúncia da PGR contra Temer, João Daniel também destacou na entrevista que o PT vai lutar para aprovar mais reformas para aperfeiçoar o sistema eleitoral e político brasileiro.

“O PT fez um esforço para votar a reforma política, mas temos que reconhecer que o atual Congresso é conservador, eleito pelo financiamento privado. Por isso foi importante termos derrotado o ‘distritão’, e vamos continuar defendendo o financiamento público e a redução no valor do custo das campanhas”, ressaltou.

Mesmo reconhecendo que uma reforma política mais ampla só poderia ser possível no Brasil com a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte Exclusiva, João Daniel disse que algumas propostas já aprovadas devem aprimorar a democracia.

“O Congresso como está torna o país ingovernável. São muitos partidos, alguns de aluguel, quando precisamos de partidos que verdadeiramente representem ideologias e posições políticas claras e não interesses pessoais”, ressaltou.

Sobre essa posição, João Daniel observou ainda que existem partidos pequenos, a exemplo do PC do B, que precisam ser preservados porque “são históricos e tem ideologia e programa”.

 

Héber Carvalho

Foto: Jocivaldo  Vale

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