Gleisi sobre Bolsonaro: Não adianta amaciar discurso nem posar de vítima

“Com golpista não tem que ter complacência", afirma Gleisi Hoffmann - Foto: UOL/Reprodução

“O Brasil e o mundo conhecem o prontuário antidemocrático, ditatorial e fascista de Jair Bolsonaro. Não adianta amaciar o discurso”, afirma a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann.

A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirmou no início da noite deste domingo (25), depois do ato antidemocrático na Avenida Paulista, que “com golpista não tem que ter complacência”, e que não adianta “amaciar discurso nem posar de vítima, o Brasil e o mundo conhecem o prontuário antidemocrático, ditatorial e fascista de Jair Bolsonaro”. Para a deputada, Bolsonaro continua sendo e sempre será uma ameaça à democracia, ao Estado de Direito e à paz. O que Bolsonaro fez, em sua avaliação, foi terceirizar para o pastor Silas Malafaia os ataques que sempre fez à Justiça, às instituições e à verdade.

Gleisi Hoffmann ainda classificou o discurso de Bolsonaro como típico de um farsante, do começo ao fim. “Devia ter apresentado à Polícia Federal sua versão fabulosa sobre o decreto de golpe. Seria confrontado com as provas da conspiração, que previa tropas na rua e prisão de ministros e adversários”, sugeriu. Ela se referiu ao silêncio de Bolsonaro no depoimento na Polícia Federal, na última quinta-feira (22).

Sobre a anistia que Bolsonaro pediu no seu discurso de hoje para os condenados pelos atentados de 8 de janeiro, Gleisi avaliou que ele está mirando sua própria impunidade. “Ele é incapaz de defender interesses que não sejam os dele. Com golpista não tem que ter complacência, a começar pelo chefe de todos eles”, reiterou.

Sem Anistia

Parlamentares da Bancada do PT na Câmara movimentaram as redes sociais, neste domingo (25), para denunciar o ato antidemocrático realizado hoje, pelo ex-presidente Bolsonaro e seus seguidores, na Paulista. O líder do PT na Câmara, deputado Odair Cunha (MG) relembrou que Bolsonaro sempre foi um “amante confesso da ditadura”. Ele frisou que durante a sua passagem pela Presidência da República, Bolsonaro jamais se preocupou em defender a democracia. “Pelo contrário: não faltaram ataques contra as instituições. O ato na Paulista foi só mais uma das tentativas golpistas de quem até hoje não aceitou a derrota nas urnas”. O líder ainda reforçou o pedido de “sem anistia” para os golpistas, que domina as redes desde a tentativa frustrada de golpe no dia 8 de janeiro.

Para Odair Cunha, “Bolsonaro tenta posar de vítima, mas assina atestado de culpa ao defender anistia para aqueles que participaram efetivamente da tentativa de golpe do 8 de janeiro”.

O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE) reforçou o pedido para que nenhum golpista fique sem punição. “Não podemos aceitar a naturalização dos atos golpistas, de quem atentou contra a nossa democracia. Essa naturalização afronta o Estado Democrático de Direito e a democracia. Não tem espaço para anistiar quem cometeu crimes contra a nossa nação”, afirmou.

Para Guimaraes, os que patrocinaram a barbárie precisam ser punidos com todo o rigor da Constituição Federal. “Quem participou destes atos, incluindo os governadores, se colocam na condição de cúmplices da tentativa de golpe, enfatizou.

 Minuta do golpe e anistia

 O deputado Rogério Correia (PT-MG), que participou da CMPI Golpe, destacou que durante o ato, Bolsonaro admitiu a existência da minuta do golpe. “Ao admitir ele disse que o conteúdo do documento é absolutamente legal, o que é mentira, pois fala até em prender ministro do STF e anular resultado eleitoral”. O deputado criticou também o fato de o ex-presidente ter pedido anistia durante a sua fala. “Ele pediu anistia, ou seja, reconhece que cometeu crime. Sempre soube que o energúmeno tem língua solta, mas fazer tanta prova contra si é muita burrice”, afirmou.

Para Rogério Correia, a prisão de Bolsonaro está cada vez mais certa pelas provas e confissões públicas. “Bolsonaro na Cadeia”, pediu.

 

Bolsonaro vai ser preso

“Bolsonaro mente. Ele vai ser preso”, reforçou o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ). “Ele está falando agora da minuta do golpe. Diz ele que era constitucional. Mentiroso!!! Por acaso a Constituição Federal permite que um presidente prenda o ministro Alexandre Moraes e anule as eleições? Outra coisa, o covarde falou no ato sobre anistia. Anistia pra ele. São tantas provas…”

Lindbergh Farias afirmou ainda que as manifestações deste domingo foram uma continuação do 8 de janeiro. “O objetivo é o mesmo: Atacar o STF, atacar as instituições democráticas, exaltar o ‘Mito’, criticar a justiça e exigir anistia para os golpistas”. Para os deputados, na realidade, os bolsonaristas investem em um novo golpe, com o apoio de políticos e empresários de extrema-direita. “E usam dinheiro público, do fundo partidário, para promover mais esse atentado contra a democracia. É assim que a serpente do facismo cresce. Fingindo que não é serpente”, denunciou.

 

A deputada Dandara Tonantzin (PT-MG) tem avaliação semelhante: “Bolsonaro produzindo provas contra ele mesmo e admitindo a existência da minuta do decreto de golpe. Lógico, de acordo com as investigações da Polícia Federal, ele mesmo que ajudou a escrever”, afirmou.

Manifestação flopada

Para a deputada Ana Paula Lima (PT-SC), a manifestação na Paulista foi flopada. “O inelegível esperava 1 milhão de pessoas hoje na Paulista. Manifestantes ocuparam menos de 7 dos 18 quarteirões, o que corresponderia a 100 mil pessoas, e ainda com espaços vazios. E isso que o ato foi unificado, com caravanas financiadas em todo o País”, criticou.

A deputada também considerou “gravíssima” a presença do governador do seu estado (Santa Catarina) na Paulista, ao lado “do #inelegível, que admitiu a existência da minuta do golpe e ainda pediu anistia para os golpistas de 8 de Janeiro, em um raro momento de admissão de culpa”.

 Chuva de Lula

Em um contraponto positivo, o nome do presidente Lula figurou entre os assuntos mais comentados deste domingo nas redes sociais. Parlamentares e militantes fizeram publicações com fotos e destacaram realizações do governo Lula. “Enquanto eles choram, toma uma chuva de Lula”, ironizou a deputada Dandara Tonantzin.

“Que alegria ver a nossa militância mobilizada nas redes para fazer a Chuva de Lula! Nada como estar sempre do lado certo da história. Viva o presidente Lula! Viva nossa juventude! O PT está no coração do povo!”, comemorou a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann.

E na onda da chuva de Lula, a deputa Maria do Rosário (PT-RS), relembrou os tempos de luta, da dignidade e da liderança do presidente Lula. “Hoje estamos reconstruindo o Brasil longe do ódio. Afinal, como bem já disse Chico Buarque: ‘Deixa o ódio pra quem tem’”, pediu. Ela lembrou ainda que Lula enfrentou com altivez perseguições e ataques. “Ele nunca desrespeitou instituições. Venceu para garantir a democracia, a liberdade e o desenvolvimento”, conclui.

E a deputada Dandara ironizou: Enquanto eles choram, toma uma chuva de Lula”.

Também movimentaram as redes sociais neste domingo sobre o ato na Paulista e a chuva de Lula as deputadas do PT na Câmara Ana Pimentel (MG),  Benedita da Silva (RJ), Camila Jara (MS), Dilvanda Faro (PA), Erika Kokay (DF), Jack Rocha (ES), Juliana Cardoso e Natália Bonavides (RN), além dos deputados petistas Airton Faleiro (PA),  Alencar Santana (SP), Bohn Gass (RS), Carlos Veras (PE), Carlos Zarattini (SP), Dimas Gadelha (RJ), Dr Francisco (PI), Fernando Mineiro (RN), Helder Salomão (ES), João Daniel (SE), Jorge Solla (BA), José Airton (CE), Luiz Couto (PB), Kico Celeguim (SP), Maria do Rosário, Merlong Solano, Nilto Tatto (SP), Padre João (MG), Paulo Guedes (MG), Pedro Uczai (SC), Reginaldo Lopes (MG), Reimont (RJ), Rubens Pereira Jr (MA), Rubens Otoni (GO), Valmir Assunção (BA) e Vicentinho (SP).

 

Vânia Rodrigues

 

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