Presidenta do PT reage ao anúncio feito pelo BC, nesta quarta (3), de que a taxa Selic seguirá em inacreditáveis 13,75%. “Quantos empregos, empresas falidas, famílias destruídas?”, indaga Hoffmann. O líder petista, Zeca Dirceu, também criticou os juros abusivos do BC;
Depois de uma semana de boas notícias na economia, com a desaceleração da inflação e o aumento do consumo das famílias, efeito das medidas que o governo Lula vem adotando para aquecer a atividade produtiva, o Banco Central comandado por Roberto Campos Neto confirma que segue sem o menor compromisso com o Brasil. Nesta quarta-feira (3), o Comitê de Política Monetária (Copom) da instituição anunciou, pela sexta vez consecutiva, que decidiu manter os juros na estratosfera, em 13,75%. Trata-se de mais um atentado contra a economia popular e a renda das famílias de baixa renda, as mais afetadas pela decisão.
No comunicado emitido após a reunião de dois dias do comitê, o órgão pediu “paciência e serenidade na condução da política monetária”. Como na nota anterior, o Banco Central bolsonarista voltou a zombar dos trabalhadores e empresários do país, afirmando que pode “retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”.
Trocando em miúdos, o banco, que age como partido político e desrespeita o voto popular, deixou claro que pode subir ainda mais a Selic, em um tom de ameaça velada ao governo Lula. Como se sabe, o presidente vem lutando para baixar os juros e retomar o crescimento do país desde que tomou posse, em janeiro.
“Quanto já custou ao país o negacionismo econômico de Campos Neto?”, indagou a presidenta Nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), imediatamente após a divulgação da decisão do Copom. “Quantos empregos, empresas falidas, famílias destruídas? A vacina sempre esteve ao alcance do Copom, mas insistem nos juros genocidas. Até quando ficarão impunes?”
Quanto já custou ao país o negacionismo econômico de Campos Neto? Qtos empregos, empresas falidas, famílias destruídas? A vacina sempre esteve ao alcance do Copom, mas insistem nos juros genocidas. Até qdo ficarão impunes?
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) May 3, 2023
O líder petista na Câmara, deputado Zeca Dirceu (PR) também criticou mais uma vez os juros abusivos do Banco Central. Para Zeca, a taxa de 13,75% ameaça o desenvolvimento do País e favorece apenas os especuladores do mercado e os rentistas.
É inadmissível a decisão do Banco Central de manter a taxa Selic em 13,75%. Sem base técnica, contraria os interesses nacionais, ameaça o desenvolvimento do país, sabota a geração de empregos e leva empresas à falência. Só favorece rentistas e especuladores do mercado.
— Zeca Dirceu (@zeca_dirceu) May 3, 2023
“Por pura teimosia, Roberto Campos Neto engessa nossa economia, prejudicando trabalhadores e empresários”, criticou o secretário de Comunicação do PT e da Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP). “O Brasil precisa urgente de um novo presidente no BC”, considerou.
De onde menos se espera, é que não sai nada mesmo! Como previsto, o Banco Central manteve a taxa de juros em 13,75%. Por pura teimosia, Roberto Campos Neto engessa nossa economia, prejudicando trabalhadores e empresários. O Brasil precisa urgente de um novo presidente no BC!
— Jilmar Tatto (@jilmartatto) May 3, 2023
Crescem pedidos de falências de empresas
De fato, por causa dos juros e do crédito escasso, os pedidos de recuperação judicial e falência de empresas continuam aumentando nesse ano. Entre janeiro e março, segundo a Serasa Experian, o número subiu 37,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 289 pedidos nesse trimestre. No caso das falências, a alta é ainda mais assustadora: foram 255 requerimentos feitos, contra 177 em 2022, um aumento de 44%.
“Considerando a incerteza ao redor de seus cenários, o comitê segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação”, descolou-se novamente da realidade o Copom, ignorando a quebradeira de empresas.
“O comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, apontou o comunicado, não importando o número de fábricas fechadas ou companhias falidas.
O anúncio ocorre um dia após fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sugerir que o Banco Central poderia iniciar um ciclo de queda da taxa básica já nesta semana. E dois dias depois que Lula constatou, em ato no 1º de maio, que o BC controla, não a inflação, mas o desemprego por meio dos juros abusivos de Campos Neto.
PT Nacional