Gleisi: PT chega aos 42 anos renovando o compromisso com os trabalhadores

Presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffamnn - Foto: Ricardo Stuckert

“O Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras chega aos 42 anos com uma enorme responsabilidade. O povo brasileiro está depositando no PT e em nosso presidente Lula a esperança de reconstruir nosso País”, afirmou a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), na abertura do evento comemorativo, na noite desta quinta-feira (10).

Leia a íntegra do pronunciamento.

“O Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras chega aos 42 anos com uma enorme responsabilidade. O povo brasileiro está depositando no PT e em nosso presidente Lula a esperança de reconstruir nosso País.

É para a grande tarefa de derrotar este governo da barbárie, e derrotar mais uma vez o projeto neoliberal dos exploradores da nação, que precisamos voltar toda nossa energia, nossa capacidade de articular as forças populares e lutar por uma país mais justo.

Podemos dizer que nunca antes o PT, por suas origens e sua sintonia permanente com as aspirações populares; nunca antes o PT foi tão necessário para o Brasil. E temos de estar à altura dessa responsabilidade.

O povo brasileiro nos conhece desde a origem. Na resistência à ditadura, na organização da classe trabalhadora, num tempo em que até as greves eram proibidas e Lula tornou-se o líder e o símbolo dessa trajetória. O povo nos conhece desde as lutas pelos direitos dos boias-frias e pela reforma agrária, sempre ao lado dos Trabalhadores Rurais e do MST. O Brasil conhece o PT que participou decisivamente da campanha das diretas, pela democracia e pela inclusão dos direitos sociais na Constituição.

Os avanços e as conquistas dos governos do PT, ao longo de 13 anos interrompidos por um golpe brutal em 2016; estas conquistas estão na memória e no coração da nossa gente. Fizemos o país crescer reduzindo a desigualdade. Pela primeira vez a maioria pobre e trabalhadora teve prioridade, participou da construção de políticas públicas, teve voz no governo.

Foi assim que fizemos o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, o ProUni, o Novo Fies, as cotas para negros, indígenas e alunos das escolas públicas nas universidades, o Samu e as Upas, sempre fortalecendo o SUS; apoiamos a cultura, aprovamos leis e fizemos políticas públicas de inclusão e reconhecimento de direitos dos negros, das mulheres, dos indígenas, das pessoas com deficiência. Enfrentamos quem destruía as florestas e defendemos o patrimônio ambiental.

Foi no tempo em que o PT governou, junto com os partidos aliados, que o Brasil chegou a ser a 6ª. maior economia do mundo, que investimos na Petrobrás, exploramos o pré-sal em benefício do país e do povo, produzindo combustíveis e gás de cozinha aqui mesmo, com preço que a população podia pagar. Criamos 20 milhões de empregos com carteira assinada, com direitos, e o salário vencia a corrida contra a inflação.

Esta é a memória de um país que exerceu sua soberania, promoveu a integração sul-americana, tornou-se admirado e respeitado pela comunidade internacional. Um país que havia vencido a fome e promovido o bem-estar do povo no exercício pleno da democracia.

Este é o legado que hoje credencia o PT e o presidente Lula a representar o anseio urgente e inadiável da maioria da população pela reconstrução de um país devastado.

O povo sabe o que aconteceu na economia desde o golpe: desemprego, destruição de direitos dos trabalhadores e aposentados, entrega do patrimônio nacional. E nada de crescimento.

O povo sabe o que aconteceu quando o desgoverno atual aprofundou aquela política. Miséria, fome, inflação e carestia. A expropriação da Petrobrás pelos acionistas estrangeiros, que lucram bilhões com a dolarização do preço da gasolina. E nada de crescimento.

O Brasil não esquece o que eles diziam; que bastava tirar o PT que todos os problemas do país iam se resolver. Resolveram sim, para os muito ricos, os bilionários que exploram cada vez mais o país. Para os milicianos, paramilitares e facções criminosas, cada vez mais fortalecidas por um desgoverno armamentista.

Um desgoverno que persegue professores, artistas, intelectuais, negros, mulheres, LGBTs, indígenas, sindicalistas, jornalistas e qualquer um que faça críticas à situação do país. Um desgoverno que tem ódio à democracia.

Companheiras e companheiros,

O Brasil precisa do PT e nós precisamos mostrar que estamos à altura do desafio. Nossos adversários – e não me refiro apenas ao atual presidente – vão empregar cada vez mais contra nós as únicas armas de que dispõem: a mentira, a disseminação do ódio, a violência política e as verbas bilionárias de seus orçamentos secretos. Eles não vão entregar facilmente o que tomaram por meio do golpe, da perseguição judicial a Lula em cumplicidade com a mídia, da industrialização das fakenews.

Temos de estar preparados para essa luta, contando com a verdade e a força do povo ao nosso lado. Temos de construir unidade política com os partidos e movimentos que representam as forças populares. Construir alianças no campo democrático, em torno de compromissos programáticos com a soberania nacional, a democracia, a retomada do crescimento, o resgate dos direitos sociais revogados nos últimos anos e, principalmente, com os que hoje precisam de comida, renda, emprego e vida com dignidade.

O PT tem de estar preparado para vencer estas eleições cruciais para o futuro do país. Temos de estar preparado para eleger bancadas do nosso partido e dos aliados, de forma dar sustentação ao governo e retomar o funcionamento democrático do Congresso.

Precisamos, principalmente, organizar e mobilizar as forças populares a partir da base. Esta é a grande novidade que estamos anunciando neste aniversário; o lançamento dos Comitês Populares de Luta. Este projeto foi organizado pelos companheiros e companheiras das Secretarias de Organização, de Movimentos Populares, Comunicação, Formação Política e pela nossa Escola Nacional de Formação, que recebem meu profundo agradecimento.

Os Comitês Populares de Luta remetem às origens do PT, os núcleos de base que constituímos no chão das fábricas, nas escolas, nas comunidades de base e que foram a energia vital da formação e crescimento de nosso partido. Agora estamos propondo que os comitês sejam formados em conjunto com os movimentos sociais que já trabalham conosco nesta inciativa.

O desafio histórico à nossa frente exige um passo ousado como este. Em nossa trajetória aprendemos que só a força da organização popular é capaz de transformar profundamente a realidade, como o PT propõe desde sua origem. E só essa força será capaz de defender as conquistas sociais e lutar de maneira eficaz contra retrocessos, como os que vêm sendo impostos ao país e ao povo desde o golpe de 2016.

Só a experiência prática vai mostrar como os Comitês Populares de Luta vão de fato se constituir e organizar, mas esta semente plantada hoje é para ficar, crescer e frutificar por muito tempo além da campanha eleitoral.

Também faremos no marco desse aniversário a nossa primeira conferência de formação, a Conferência Nacional Paulo Freire. E o lançamento do Sistema Nacional de Formação do PT.

É dessa forma que o PT chega aos 42 anos mantendo e renovando seu compromisso com a emancipação dos trabalhadores, da imensa maioria do povo brasileiro, lutando pela democracia verdadeira, pela justiça social e pela igualdade.

Vida longa ao Partido dos Trabalhadores!”

Presidenta do Partido dos Trabalhadores, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR).

 

Do site do PT

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