Iniciada no dia 1º de fevereiro, a greve dos petroleiros e petroleiras da Petrobras entra em seu 17º dia deixando um recado claro para o Brasil: as paralisações dos mais de 20 mil trabalhadores é legítima e seu objetivo principal é evitar que a maior estatal do País seja dizimada pelo desgoverno de Jair Bolsonaro.
Em conversa com quatro dos grevistas, a presidenta Nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), colocou o partido à disposição para levar ao Congresso todas as reivindicações da categoria, bem como manter a campanha para mostrar a população as verdadeiras intenções da paralisação. “Os petroleiros querem negociar. O que vamos reivindicar é a suspensão das demissões e a gente retomar a luta pelo Congresso contra privatização. Não tem nenhuma intransigência da categoria”, reiterou a presidenta durante a live transmitida ao vivo pelas redes sociais nesta segunda (17). A deputada ainda usou a tribuna da Câmara dos Deputados para se solidarizar com os petroleiros e com os caminhoneiros que também paralisaram as atividades a partir desta segunda-feira.
Os petroleiros querem negociar. O que vamos reivindicar é a suspensão das demissões e a gente retomar a luta pelo Congresso contra privatização. Não tem nenhuma intransigência da categoria”, disse Gleisi.
Um dos que estão desde o início da greve na sede da empresa no Rio de Janeiro, o diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP) Deyvid Bacelar concorda com a parlamentar petista. “O PT tem dado apoio desde o dia 1º de fevereiro, não só institucional, como de sua militância. E temos que reafirmar que a nossa pauta é muito clara: ela ocorre para combater as demissões em massa que ocorreram sem discussão na Fafen Paraná. Portanto, a greve é contra as medidas unilaterais. Se essas medidas que pavimentam a privatização forem suspensas nós paramos a greve. Queremos construir uma saída, mas com negociação.
Governos petistas nunca combateram greve
A greve em andamento já é tida como a maior da categoria desde 1995, paralisação que durou 32 dias durante o governo neoliberal de FHC e combatia pautas semelhantes às que estão em curso como evitar a privatização da empresa. Os tempos, no entanto, estão ainda mais sombrios já que o entreguismo bolsonarista tem camadas subservientes e antipopulares jamais vista na história do País.
As duas grandes greves dos petroleiros também possuem outro ponto de convergência: o boicote dos veículos do Grupo Globo de jornalismo: “O editorial do jornal O Globo tentando atribuir à greve como movimento político é um absurdo. Durante os governos do PT foram muitas as paralisações não só de petroleiros como de diversas outras categorias. A diferença é que a nossa gestão sempre valorizou o diálogo para ouvir quais eram as reivindicações dos trabalhadores”.
Também presente na conversa, Cibele Vieira, diretora FUP e membro do Sindipetro-SP, vai além ao desmentir com números a falácia de que o PT quebrou a estatal. Não me surpreende mais alguns dados que tentam espalhar por aí sem apresentar nenhum número. É só pegar o que foi a Petrobras durante os governos petistas e o que tem sido depois do golpe. Então quem é que está acabando com a Petrobras?”, indagou.
Para quem ainda duvida, eis alguns números: se comparado com a gestão de FHC, os governos de Lula fizeram com que o lucro da Petrobras passasse de R$ 8 bilhões para R$ 23 bilhões; valor de mercado, de R$ 54 bilhões para R$ 216 bilhões; o investimento em pesquisa e desenvolvimento (responsáveis pela descoberta do pré-sal) saltou de R$ 147 milhões para 1,2 R$ bilhão. A participação do PIB, passou de 3 a 13%.
Veja o vídeo de Gleisi com os petroleiros:
Por Agência PT de Notícias