“Os novos ataques do Judiciário contra os direitos de Lula são um aprofundamento do golpe”. A declaração é da presidenta Nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), durante entrevista concedida nesta segunda-feira (9), em São Paulo, um dia após a decisão legítima concedida para libertar o ex-presidente ser ignorada de maneira ilegal pelo juiz Sérgio Moro, servidores da Polícia Federal e pelos desembargadores do TRF4 João Gebran Neto e Thompson Flores.
Para Gleisi, a aparente vitória dos golpistas nesta nova batalha jurídica terá efeito contrário e servirá de estopim para uma nova onda de mobilizações populares em defesa de Lula e da democracia. “Vamos reforçar o abaixo-assinado de Lula Livre, reforçar as mobilizações por todas as cidades, vamos ler a Carta de Lula que denuncia a falta de isenção de parte do Judiciário em todas as Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais do País, vamos fazer representação no CNJ [Conselho Nacional de Justiça] preparada pelos movimentos sociais, juristas e parlamentares farão a representação contra Moro e os desembargadores do TRF4. Também entraremos com representação na corregedoria da Polícia Federal por não cumprir determinação da Justiça”.
Já nesta segunda-feira (9) está marcado ato em frente ao STF, em Brasília às 17h30, em defesa da democracia, de Lula e contra as decisões do tribunal responsável pela condenação sem provas de Lula em segunda instância. No próximo dia 13 de julho, acontece em todo o Brasil o Dia Nacional de Lutas pelo Brasil, pelo Povo Brasileiro, por Lula Livre Inocente e Presidente que será acompanhado do lançamento pelo PT de 13 pontos emergenciais para que País saia da crise.
Insegurança jurídica – O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) também falou à imprensa e foi categórico ao afirmar que o juiz Sérgio Moro não tem condições de continuar no exercício da função. “Esse juiz não pode mais exercer a judicatura. Ele é um juiz que bagunçou o sistema de justiça brasileiro. Ele cria uma relação de insegurança na sociedade brasileira ao transmitir esse tipo de desobediência à toda justiça”, alertou o parlamentar se referindo à intervenção de Moro na decisão do desembargador do TRF4 Rogério Favreto.
“A ordem foi dada, a liminar foi concedida pelo juiz. E ao conceder a ordem aconteceram alguns fatos nunca antes visto no judiciário brasileiro. Ordem judicial não se questiona, se obedece. Moro ainda questionou seu chefe imediato. Ele ligou para a PF não cumprir a ordem. Portanto é uma série de novidades jamais vista na história do Brasil”, lamentou Paulo Teixeira que ainda anunciou que as ações de Sérgio Moro serão denunciadas ao Conselho Nacional de Justiça.
A defesa de Lula, reforçou a presidenta do PT, tem o aval da maior parte do povo brasileiro, que tem demonstrado em todas as pesquisas de intenção de volta que quer vê-lo de volta. “Nós não vamos aceitar mais violência contra Lula porque somente ele tem condições de barrar este golpe e começar a desmontar a pauta contra o povo brasileiro (…) A soltura e sua candidatura representa o enfrentamento a este golpe. Representa retomar a democracia e a pauta de direitos do povo trabalhador. O Partido dos Trabalhadores com seus quase 40 anos de história não vai arredar pé da candidatura de Lula”, afirma.
A senadora Gleisi ainda vê na insistência em não deixar Lula deixar a prisão como a única maneira de os agentes do golpe se manterem no poder: “O golpe de 2016 foi promovido pelo sistema financeiro deste país, com grande parte do Judiciário, pela grande mídia e pela direita brasileira que viram a oportunidade de fazer um governo sem votos e fazer a reforma que retirem direitos dos trabalhadores”.
O fato de não haver provas que justificassem a condenação do ex-presidente, prossegue Gleisi, coloca ainda mais em xeque a credibilidade do Judiciário brasileiro. “Até agora não apresentaram prova concreta. Lula deu prazo até 15 de agosto para que apresentem uma prova. Infelizmente por um conluio da Polícia Federal, com Moro e dois desembargadores do TRF-4. Este país está sem estabilidade democrática, sem estabilidade institucional. Nós consideramos extremamente grave o que aconteceu no domingo e vamos registrar o presidente Lula no dia 15”, reitera.
Agência PT Notícias