Gleisi Hoffmann: “Economia está no chão e o povo sem proteção”

Em seu programa ao vivo no Youtube nesta segunda-feira (2), a presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), afirmou que o presidente de extrema direita Jair Bolsonaro cria cortina de fumaça para esconder fatos graves que têm acontecido no País. Segundo a deputada, a “economia está no chão e o povo sem proteção”.

“Esse ato de Bolsonaro criou desestabilização de relações e também serviu de cortina de fumaça para tirar do cenário, fatos graves que estão acontecendo, como por exemplo a alta do dólar e a queda da Bolsa de Valores”, disse Gleisi ao se referir ao fato de o presidente da República transmitir via o próprio WhatsApp chamamento para um ato do dia 15 de março contra o Congresso Nacional.

A deputada lembrou que os assuntos Bolsa de Valores e queda do dólar sempre foram utilizados pelo governo Bolsonaro para justificar o crescimento da economia. “Não adianta ele (Bolsonaro) dizer que é culpa do coronavírus porque a bolsa está caindo desde o final do ano passado quando ainda não tinha coronavírus”, comentou Gleisi.

Fuga de investidores

Segundo a presidenta nacional do PT, a instabilidade criada pelo governo sem rumo de Bolsonaro tem afugentado os investidores internacionais. “Ele está espantando os investidores e o dólar está sendo valorizado numa política desastrada para a economia do ministro Paulo Guedes, que quer fazer uma ação com o câmbio achando que isso vai alavancar a economia e diminuir a dívida bruta”.

Para isso, continuou Gleisi, Paulo Guedes está vendendo as reservas internacionais do País, e só por isso a dívida bruta está caindo. “Esse fato é muito grave para a economia do Brasil.  Depois que Bolsonaro postou nas redes o vídeo dele convocando para o ato do dia 15, esse fato saiu de cena e do debate político”, denunciou.

Miliciano

A parlamentar apontou também a morte do capitão-miliciano Adriano como outro fato que sumiu do cenário político. Segundo ela, o assunto Adriano “incomodava” o presidente da República, que era amigo do miliciano morto. “O capitão-miliciano — amigo de Bolsonaro e do (senador) Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) — que morreu levando consigo muitas informações sobre a família era um cara que operava com o Queiroz, que operava do gabinete do Flavio Bolsonaro. Então, com uma mensagem de WhatsApp ele retirou (o caso) de cena”, criticou.

De acordo com a parlamentar essa é uma prática recorrente do presidente Bolsonaro. “Sistematicamente Bolsonaro age assim: quando tem fatos muito graves, que ele não consegue responder, que são contra ele ou que são da estrutura de governo, ele cria um outro fato, aí ele convocou as manifestações do dia 15, manifestação que pretende fechar o Congresso”.

Proteção

Na opinião de Gleisi, a ação programada de fechar o Congresso “é muito grave para a democracia, é muito grave para o País”. Para ela, o povo também está descontente com aprovação de alguns projetos aprovados pelo Congresso ou por alguma decisão do Supremo Tribunal Federal, mas é na democracia que se construiu um conjunto de direitos da população.

“Democracia tem que ter concretude na vida das pessoas. Não adianta dizer que democracia é só meu direito de falar, de ir e vir. Isso é importante, mas democracia para o povo é direito ao acesso ao emprego, é ter comida na mesa e poder criar e sustentar seus filhos, é ter renda é ter acesso a uma política habitacional, de saúde, a ter educação. Se isso não existir, também nós não temos uma democracia”, alertou.

Para Gleisi, o povo está sem proteção e a economia no chão. “Não tem dinheiro circulando na economia, as pessoas não estão podendo comprar, mas mais do que isso, não tem investimento. Na época do governo Lula o investimento que nós tínhamos chegou a 22% do PIB, e agora está menos de 15%. Nenhuma economia cresce sem a alavanca do investimento”, sentenciou.

Agressão

Gleisi anunciou também que as agressões que ela e a filha sofreram – por parte de seguidores de Bolsonaro – não vão ficar impunes. “Nós somos da paz, fazemos política no diálogo, na disputa de ideias. Isso sempre pautou a minha vida, agora eu não levo desaforo para casa e não vou deixar que nenhum bolsonarista ensandecido me diga o que devo fazer ou deixar de fazer, que venham me agredir, me xingar. Isso não pode acontecer. Reagi à altura, e eles têm que saber que terá reação do outro lado. Nós não vamos ficar quietos, além de reagir, nós vamos processar também”, anunciou.

Veja a live completa:

 

Benildes Rodrigues

 

 

 

 

 

 

 

 

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