Gleisi e Chinaglia criticam alta do preço dos alimentos e dos combustíveis e cobram auxílio de R$ 600

Deputada Gleisi Hoffmann. Foto: Pablo Valadares/Arquivo

A presidenta Nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirmou em plenário, nesta terça-feira (6), que a dor das mortes por Covid-19, fruto da irresponsabilidade, da má-fé e da negociata de Bolsonaro e seu governo”, soma-se à dor e ao desespero pela sobrevivência. “O Brasil padece sob Bolsonaro, e o povo passa por dificuldades e desespero por falta de renda”, criticou.

Gleisi destacou que o desemprego só cresce, a renda só cai, e os preços da comida e dos itens básicos de vida só sobem. Ela destacou que os preços dos alimentos como feijão, arroz, carne, óleo, gás de cozinha, energia elétrica pesam sobre os mais pobres. “O dinheiro encolheu entre aqueles que ganham menos. A renda dos mais pobres, cerca de 55% da população que ganha até R$ 2.700, vai encolher 18%; enquanto a renda dos mais ricos vai crescer 3% neste período. Isso são dados e estudos da Consultoria Tendências: cai a renda e sobe o preço da comida”, frisou.

A parlamentar citou que o óleo de soja aumentou 86%; o arroz aumentou 52%; o feijão preto 31% e o açúcar, 24%. “E os combustíveis foram reajustados ontem pelo novo presidente da Petrobras, que foi colocado por Bolsonaro para resolver o problema dos preços. Eles aumentaram em 6%. Isso vai aumentar de novo o gás de cozinha”, protestou.

Na avaliação da presidenta do PT, Bolsonaro governa para os ricos. Ela disse que nesta segunda-feira o governo prorrogou o auxílio emergencial, que tem a média de R$ 250 por pessoa – R$ 150 para alguns e R$ 375para outros. “Eu pergunto: quanto tempo de comida compra essa renda para sustentar uma família de três, quatro pessoas? Uma semana, 2 semanas? Quantos dias dá para comer com esse dinheiro? Se Bolsonaro tivesse preocupação com o povo, teria colocado o auxílio no valor de R$ 600”, enfatizou.

“Diz que não tem dinheiro, mas, engraçado, tem dinheiro para aumentar aqui as verbas para os parlamentares gastarem com suas bases eleitorais. Tem dinheiro aqui para superfaturamento de vacinas e não tem dinheiro para ajudar o povo a comer? Vai deixar as pessoas nessa dificuldade? Isso é uma crueldade”, protestou a deputada.

Inflação

Na mesma linha, o líder da Minoria no Congresso, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou que o País enfrenta a maior alta da inflação nos últimos 25 anos, que foi puxada pelos alimentos. “Isso significa maior dificuldade para as famílias mais pobres, para aqueles que estão desempregados, para aqueles inclusive que vivem do chamado auxílio emergencial, que o governo, é verdade, prorrogou por mais 3 meses. Mas também é verdade que o valor varia de R$ 150 até R$ 375, ou seja, é absolutamente insuficiente”, criticou.

Chinaglia também criticou o aumento no preço dos combustíveis, anunciados ontem, para vigorar a partir de hoje. Ele lembrou que quando houve a mudança da presidência da Petrobras, o general Joaquim Silva e Luna assumiu declarando que não repassaria automaticamente os preços. “Parecia uma boa intenção, mas a sua declaração essencial demonstrava de pronto que isso não seria possível, porque ele falou também que buscaria conciliar os interesses dos consumidores e dos acionistas. O acionista quer lucros com o processo de privatização da Petrobras. Portanto, não há como conciliar”, criticou.

Deputado Arlindo Chinaglia. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Impeachment já

Diante dessa conjuntura e da incompetência e insensibilidade do governo, Gleisi Hoffmann repetiu o que tem afirmando inúmeras vezes: “Com Bolsonaro naquela cadeira, não há saída para o Brasil”. A deputada enfatizou que o impeachment do presidente é uma necessidade. “E se esta Casa não abrir o pedido de impeachment, se o presidente, Arthur Lira, não colocar para o plenário decidir, a Câmara vai ser conivente com o genocida, vai ser conivente com o presidente que mata por ação ou omissão na condução da pandemia e que também coloca o seu povo para sofrer sem renda, com desemprego, numa das piores crises econômicas por qual já passou o Brasil”, afirmou.

“E não vai ter saída para isso, porque eles não vão colocar dinheiro para investimento nem dinheiro para estruturar uma política de desenvolvimento para o Brasil que gere emprego e que gere dignidade. Um pai de família quer mesmo salário; um pai de família quer mesmo trabalho para criar seus filhos; uma mãe de família quer mesmo trabalho para criar seus filhos e sua família”, finalizou.

 

Vânia Rodrigues

 

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