Genoino manifesta preocupação com bases militares na Colômbia

Genoino_2Em artigo o deputado José Genoino (PT-SP) manifesta preocupação com a instalação de bases militares norteamericanas na Colômbia. “Com a visita ao Brasil do presidente colombiano, Álvaro Uribe, as questões que envolvem a presença militar norteamericana no continente ficaram um pouco mais claras.

No entanto, em minha opinião, os esclarecimentos até aqui não são suficientes para deixar o Brasil e a América Latina tranquilos”, pondera. Leia a íntegra:

O rigor da nossa diplomacia está correto

José Genoíno

Juntamente com outros deputados e autoridades, participei recentemente da solenidade que comemorou os 10 anos do Ministério da Defesa. Além de ter sido uma oportunidade para manifestar meu “total e integral apoio” à sua direção, sob o comando do ministro Nelson Jobim, e para destacar a importância da Estratégia Nacional de Defesa, das concepções que a embasam e de seus pressupostos. Foi também uma oportunidade de chamar a atenção para uma questão que, naquele momento, já demandava nossa preocupação: a instalação de bases militares norteamericanas na Colômbia.

Afirmei, na ocasião, que nos deixava “apreensivos e preocupados” neste processo de integração sulamericana, que tem como palco central a Amazônia, a instalação de bases militares com algum tipo de profundidade e amplitude de objetivos, que não são apenas de combate ao narcotráfico na Colômbia, ainda mais sendo na Região Amazônica.

Isso preocupa porque aprendemos que, hoje, economia, defesa e diplomacia devem andar juntas. Nem sempre andaram juntas, e agora têm que andar juntas, porque é fundamental, seja na projeção de poder, seja nas negociações internacionais, seja na capacidade dissuasória do Brasil.

Com a visita ao Brasil do presidente colombiano, Álvaro Uribe, do general Jim Jones, assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, as questões que envolvem a presença militar norteamericana no continente ficaram um pouco mais claras. No entanto, em minha opinião, os esclarecimentos até aqui não são suficientes para deixar o Brasil e a América Latina tranquilos.

Muito pelo contrário! As informações disponíveis até o momento ainda não dissiparam as suspeitas de que essas bases podem se tornar fontes de monitoramento e de pesquisas numa região estratégica e vital da geopolítica mundial, que é a Amazônia. Além de ressuscitar a desconfiança do interesse das Forças Armadas norteamericanas de preparo e emprego nas condições de selva, essa questão recoloca na pauta a velha política imperialista praticada pelos EUA pré-Obama, de promover seu domínio espalhando bases militares pelo planeta.

Até porque a própria história da relação dos EUA com o mundo alimenta essas suspeitas. Na América do Sul, o governo colombiano é o único que ainda submete suas relações internacionais aos interesses norteamericanos.

O combate ao narcotráfico não justifica o tamanho do empreendimento e os termos do acordo. Segundo a Folha de S. Paulo, serão envolvidos 800 militares norteamericanos e 600 terceirizados. A vigência será de 10 anos e, neste período, 5 bilhões de dólares serão repassados à Colômbia.

A desconfiança e a preocupação da nossa diplomacia estão plenamente justificadas. Não só em função do aumento da ocupação bélica com forte presença dissuasória no continente, mas também porque a integração latinoamericana – propósito a que o Brasil se dedica desde o primeiro dia do Governo Lula – pode ser abalada por esses movimentos. Não podemos deixar de dar razão a Chaves quando ele diz que essas “novas bases militares constituem um perigo real e concreto contra a soberania e a estabilidade da região sulamericana.”

Por isso, certas análises carecem de profundidade e beiram o desprezo no tratamento de um assunto tão sério. Debochar dos interesses brasileiros ou suspeitar que agimos para evitar uma invasão norteamericana e que desejamos enfrentar o Pentágono demonstram a mais pura inépcia. William Waak, Clóvis Rossi e Igor Gielow são exemplos daqueles que ainda raciocinam como se o Brasil ainda fosse governado pela impotência e pela obediência aos EUA. Como se o Brasil, nesses seis anos de Governo Lula, não tivesse conquistado um lugar de destaque, de influência e de comando no mundo. Como em todas as outras esferas do governo, a política externa brasileira de hoje não guarda nenhuma similaridade com as do passado.

José Genoíno é deputado federal pelo PT de São Paulo. Contato – [email protected]

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex

https://smoke.pl/wp-includes/depo10/

Depo 10 Bonus 10

Slot Bet 100

Depo 10 Bonus 10

Garansi Kekalahan 100