O deputado Frei Anastácio (PT-PB) registrou, na quarta-feira (5), na Câmara dos Deputados, a preocupação que os servidores dos Correios e Telégrafos de todo o Brasil com a possibilidade da privatização da instituição, proposta pelo governo Bolsonaro.
“A Associação dos Profissionais dos Correios nos enviou uma nota relatando a grande preocupação com o anúncio de que o governo poderá privatizar os Correios e Telégrafos em todo o Brasil. A entidade informa que os Correios são a única instituição pública federal presente em todos os municípios do Brasil” disse o deputado.
A entidade diz que os Correios não dependem de recursos do tesouro nacional para funcionar. É uma empresa que se mantém há 50 anos, inclusive com lucro acumulado. Além dos 100 mil trabalhadores, os Correios geram mais de 10 mil empregos indiretos, em transportadoras, lojas franqueadas, fornecedoras e outros tipos de atividades.
“O governo deve olhar para os Correios como uma peça fundamental para o desenvolvimento do País. Os Correios são uma plataforma pública de logística e de comunicação muito importante para a vida das pessoas, das empresas e dos governos. Em vez de privatizar os Correios, o governo federal tem é que valorizar e fortalecer essa empresa pública. Eu digo não à privatização dos Correios que são um patrimônio do povo brasileiro” concluiu o parlamentar.
Aprovação da MP 871 e a perseguição aos mais pobres
Frei Anastácio aproveitou também para comentar sua preocupação em relação à aprovação da MP 871 e de como ela servirá especialmente para prejudicar os mais pobres.
“Não estou falando aqui de fraudadores da Previdência, estou falando de homens e mulheres de bem. Pessoas que estão sendo atacadas por fiscalizações diante de uma simples suspeita. Imagine a correria de um trabalhador rural, que não sabe sequer mexer em um computador. Uma pessoa que só sabe trabalhar no roçado de sol a sol”, exemplificou o parlamentar.
Frei Anastácio disse ainda que os trabalhadores e trabalhadoras em todos os recantos do País estão acompanhando as votações através da TV Câmara e TV Senado e que na hora certa eles cobrarão o voto de cada um dos deputados e senadores.
“Eles sabem pelo nome, quem votou contra e a favor deles. Esta Casa teve uma renovação de quase 50 por cento nas últimas eleições. Em sua maioria, os deputados que não foram reeleitos são justamente aqueles que votaram a favor da Reforma Trabalhista e pela saída de Dilma do Governo. O povo está de olho. O povo está nos vigiando e vai cobrar na hora certa, através do voto”, concluiu Frei Anastácio.
Protesto contra corte de bolsas na UFPB e UFCG
O deputado ainda protestou contra os cortes de bolsas feitos na Paraíba. De acordo com o deputado, a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), anunciou que a Paraíba teria 329 bolsas, em programas de mestrado, doutorado e pós-graduação cortadas. Em todo o país, foram 2.724 bolsas bloqueadas.
A UFCG, que antes disponibilizava de 177 bolsas para mestrado, agora irá dispor de apenas 55. Já no Doutorado, a UFCG teve o bloqueio de 61 bolsas e na pós-graduação um total de 50% de bolsas bloqueadas.
Assessoria de Comunicação
Foto – Gustavo Bezerra