O deputado Henrique Fontana (PT-RS) usou a tribuna da Câmara, nesta terça-feira (18), para cobrar da justiça eleitoral investigação de fake news disparados, de forma ilegal, em favor de Bolsonaro nas eleições de 2018. Ele cita reportagem publicada hoje, pela Folha de S.Paulo, na qual um empresário espanhol confirma que empresas usaram disparos de WhatsApp pró-Bolsonaro. “Luis Novoa, dono da empresa que envia WhatsApp, afirmou em gravações obtidas de forma absolutamente legal pela Folha que diversas empresas brasileiras, indústrias, empresas de lavagem de carros e até açougues compraram a ferramenta dessa empresa espanhola para dispararem, em massa, WhatsApps e fake news pró-Bolsonaro na última eleição presidencial”.
Henrique Fontana lamentou ainda que esse fato tenha decido a última eleição. “Foi o volume de fake news e a potencialização dessas mentiras com o dinheiro sujo, dinheiro de caixa dois, dinheiro que esses empresários não declararam na campanha de Bolsonaro, que desequilibraram a eleição”, protestou.
O deputado lembrou que em dezembro passado, a mesma Folha de S.Paulo mostrou um esquema que pegava CPF de idosos para comprar chips de telefones a fim de montarem as chamadas fazendas de disparos de WhatsApps falsos, fake news, para manipularem a democracia brasileira. “E o mais impressionante é que as evidências aparecem a cada dia, a cada mês, mas o Tribunal Superior Eleitoral até hoje não ouviu uma única testemunha sobre esse caso “que pode ter manipulado e tornado ilegal a eleição brasileira.
TSE deve convidar Luís Novoa
Fontana sugeriu que o Tribunal Superior Eleitoral e o Ministério Público Eleitoral convidem Luis Novoa para depor. “Para explicar que empresas compraram essa ferramenta de envio de WhatsApp. E depois investiguem as empresas. Estão aqui escritas as outras, que já são matéria de meses atrás: Quick Mobile, Croc Services, Yacows!”, reforçou.
Na avaliação do deputado, o Brasil tem o direito de saber a verdade. “A democracia brasileira e a democracia global não podem continuar sendo capturadas por fake news e esquemas ilegais de abuso de poder econômico para comprar processos eleitorais”, afirmou. Fontana ainda provocou: “Bolsonaro não teme investigação, vamos fazê-la. Vamos instalar nesta Casa a CPI das fake news. O Brasil não pode continuar com a sua democracia sendo tratada assim. Nós temos que debater ideias, posições diferenciadas, mas não podemos continuar tentando manipular e intoxicar a opinião pública deste País com fake news em processos eleitorais, com dinheiro de caixa dois”.
Eleição de Bolsonaro foi fraude
O deputado Paulo Guedes (PT-MG) também criticou as fake news, em plenário. Ele disse que os fatos divulgados pela imprensa hoje, ele já sabia desde a campanha eleitoral: “a eleição do Bolsonaro foi uma fraude”. Ele explicou que foi uma fraude não só pela campanha desigual patrocinada por grandes empresas, que usou as redes sociais e que “fraudou” o sistema das eleições, porque nas eleições de 2018 não podia haver recursos de empresas. “De forma muito clara, as reportagens da Folha de S.Paulo e de todos os jornais do País, confirmam a farsa que foi e a farra que foi a campanha do Bolsonaro”, alertou.
Paulo Guedes enfatizou ainda que as fake news se somam a outra “tramoia”, feita pelo então juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol. “Ou seja, estava tudo combinado, combinado com alguns empresários que só querem sugar do povo brasileiro. Estava combinado com essa turma liderada pelo Dallagnol e pelo Moro, que estavam combinados com os americanos. Ele (Moro) foi ao FBI e a Washington combinar tudo, como dar R$ 3,6 bilhões da Petrobras para os americanos, para depois receber de volta R$ 2,5 bilhões para o fundo que eles mesmos, Moro e Dallagnol, iam cuidar”.
O deputado do PT mineiro conclui afirmando que o assunto é muito grave. “As eleições precisam, de fato, ser anuladas, porque elas foram fraudadas. Por isso, nós estamos aqui, e vamos resistir o tempo que for necessário, para desmascarar essa farsa montada por setores da imprensa, do mercado financeiro, do conluio com os americanos, e a farsa liderada pelo Dallagnol e pelo Moro”.
Vânia Rodrigues
Foto: Lula Marques