Durante a comissão geral sobre políticas públicas em apoio e defesa das vítimas de Covid, realizada na manhã desta terça-feira (19), na Câmara Federal, o deputado Henrique Fontana (PT-RS), defendeu que o Congresso vote leis que protejam os órfãos da pandemia e aqueles que enfrentam as sequelas da Covid-19 com políticas públicas que garantam qualidade de vida e uma vida digna para todos. A atividade fez parte da Semana Nacional em Apoio e Defesa dos Direitos das Vítimas da Covid, organizada pela Associação Nacional Vida e Justiça.
Na oportunidade, Fontana reconheceu que uma pandemia sempre deixa sequelas sobre qualquer país, mas advertiu que no Brasil a crise sanitária global deixou muito mais sequelas do que poderia ter deixado. O deputado citou dois dados que, na sua opinião, sintetizam a situação brasileira. Enquanto no mundo a mortalidade por milhão de habitantes foi de 550 pessoas, no Brasil foi de 2.818. A incidência de casos no País também é muito acima da média mundial. São 101 mil casos a cada 1 milhão de habitantes, contra 30 mil casos a cada 1 milhão de habitantes na média mundial.
“Portanto, não foi igual em todos os lugares. Não foi só culpa do vírus. Foi diferente no Brasil. O descuido, o boicote à ciência, o atraso na vacinação e a postura inadequada do presidente e de seu governo contribuíram para que milhares de pessoas morressem sem a necessidade de que essa morte chegasse pela pandemia”, analisou.
Para o parlamentar, uma das questões centrais que levou o País a esse desastre foi a decisão de presidente Jair Bolsonaro e de seu governo de apostar em medidas que buscavam atingir a chamada imunidade de rebanho. “Isso aparecia com enorme clareza em muitos atos e declarações de Bolsonaro. Foi um crime contra a população, contra a economia e contra a ciência”, criticou.
“Kit Covid”
Outra medida que também contribuiu para o resultado desastroso da pandemia na vida das famílias brasileiras foi a propaganda falsa de que o “Kit Covid” salvaria a vida das pessoas que fossem contaminadas. Fontana explicou que isso gerou uma compreensão errada em parte da população de que ela poderia ampliar sua exposição ao novo coronavírus porque haveria um remédio para tratamento da doença.
“Esta venda ilusória do resultado de um medicamento não só contou com a chancela de médicos, mas foi liderada por ninguém menos do que o presidente da República, que jamais deveria falar sobre qualquer medicamento”, condenou o deputado, que também é médico.
Por fim, Fontana se solidarizou com as famílias dos mais de 600 mil mortos da pandemia e afirmou que vai trabalhar pela aprovação de leis que amenizem o sofrimento das vítimas.
Assessoria Parlamentar