O deputado Henrique Fontana (PT-RS) afirmou em plenário, nesta quarta-feira (16), que as milícias digitais e o “gabinete do ódio” atuam no governo Bolsonaro e geram um enorme prejuízo para o Brasil. “Procuram desde descaracterizar, desacreditar o processo eleitoral brasileiro até conduzir campanhas que levam à morte de pessoas que ingenuamente assumem essas posições, como as campanhas antivacinas”, denunciou. A expectativa do deputado era que fosse aprovado hoje a urgência para o PL 2630/2020, que dispõe sobre a tipificação criminal da divulgação ou compartilhamento de informação falsa (fake news) ou incompleta na rede mundial de computadores. No entanto, por falta de acordo o requerimento de urgência foi retirado de pauta.
Fontana argumentou que este projeto é fundamental para enfrentar um dos maiores problemas que a democracia global vivencia hoje: a construção do conjunto de notícias falsas, que procuram desinformar, para mais facilmente manipular parte da população, naquilo que é conhecido mais propriamente no governo Bolsonaro pelo “gabinete do ódio”, reforçou.
Teorias conspiratórias
O deputado explicou que o centro do processo de guerra cultural de milícias digitais do “gabinete do ódio”, levado adiante como principal programa e ação do governo Bolsonaro “é exatamente criar um conjunto de teorias conspiratórias, um conjunto de polarizações artificiais que levam a uma escalada de intolerâncias e de ódios no País e servem para desviar a atenção dos brasileiros para os reais e graves problemas que enfrentamos”. O deputado cita como exemplos o desemprego, a inflação, a perda do poder de compra dos salários, a crise ambiental, o ataque às políticas culturais, enfim, “o processo de ampla destruição que é implementada por Bolsonaro”, criticou.
Punir “gabinete do ódio”
O deputado do PT gaúcho destacou que os parlamentares, na Câmara dos Deputados, representam a maioria do povo brasileiro, “e precisamos votar um projeto de lei para diminuir drasticamente e punir severamente aqueles que alimentam o ‘gabinete do ódio’, essas teorias conspiratórias, essas milícias digitais, que procuram destruir a imagem de adversários políticos e criar a ideia de que quem pensa diferente deve ser perseguido e eliminado. Tudo isso é muito ruim para o País e foi o que alimentou o bolsonarismo”, afirmou.
Na avaliação do deputado, Bolsonaro não seria presidente da República se não fossem todos esses mecanismos “criminosos”, se não fossem todos esses mecanismos “ilegais” que ele usou fartamente na campanha eleitoral, “inclusive com disparos ilegais em massa, especialmente com a produção de conteúdo criminoso, mentiroso, e que ele segue utilizando durante todo o período de governo”, denunciou.
Henrique Fontana conclui defendendo a aprovação de uma lei que melhorará, e muito, o ambiente da democracia brasileira “e nos dará eleições menos contaminadas por essa lógica das fake news e do gabinete do ódio”.
Vânia Rodrigues
