Fontana apela para que justiça investigue denúncias eleitorais contra Bolsonaro

O deputado Henrique Fontana (PT-RS) fez um apelo em plenário, nesta quarta-feira (28), para que a Justiça brasileira não falhe no seu compromisso de investigar e esclarecer as fortes suspeitas de manipulação eleitoral que pesam sobre a eleição de Jair Bolsonaro. “Para o bem da democracia em nosso País, a Justiça Eleitoral brasileira não pode virar as costas para esta investigação”, defendeu.

Fontana destacou trecho do artigo do presidente do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, publicado na revista Carta Capital desta semana, no qual ele afirma que o Brasil tem o dever de esclarecer o que ocorreu na última eleição, e que enquanto não forem esclarecidas as suspeitas que cercam a eleição de Jair Bolsonaro, será cedo para analisá-la.

No artigo, Coimbra afirma que o Ministério Público, a Justiça Eleitoral e quase a totalidade da mídia pretendem varrer para debaixo do tapete os fortes indícios de provas  apresentados pelo jornal Folha de S. Paulo, segundo os quais foram utilizados recursos bilionários de caixa 2, o que é expressamente vedado pela legislação eleitoral, para caluniar – via WhatsApp – o candidato Fernando Haddad, sua vice Manuela d’Ávila e o PT. “Essas infâmias foram reverberadas, como se sabe, pelos mercadores da fé do alto de seus púlpitos espalhados pelos bairros populares das cidades brasileiras”, diz o texto.

O deputado Fontana reforçou seu apela à justiça e argumentou que o conjunto de evidências de manipulação de redes sociais é muito grande e não preocupam só o Brasil. “Este mesmo tipo de mecanismo já foi utilizado, ao que tudo indica, durante a votação do Brexit – a saída do Reino Unido do bloco regional União Europeia – e também durante a votação e eleição de Donald Trump nos Estados Unidos”.

O mecanismo usado, segundo Fontana, consiste em uma forte manipulação no disparo de mensagens em redes sociais. “No nosso caso brasileiro, especialmente no WhatsApp, com divulgação de notícias falsas. Tudo financiado com dinheiro de caixa dois porque isso não aparece nas prestações de conta das eleições”, criticou.

Além disso, continuou o deputado, há a construção e a compra de cadastros de números de telefones, que são mapeados por mecanismos extremamente sofisticados para enviar as notícias falsas às pessoas que são mais vulneráveis a acreditar nelas. “Isso é muito grave e tem que ser apurado”, defendeu.

Henrique Fontana disse que além do apelo à justiça brasileira, a oposição também pretende abrir uma investigação nos Estados Unidos quanto à forma como foi usada a ferramenta WhatsApp. “É evidente que essas gigantes do setor de tecnologia, como Facebook, WhatsApp e outras, não querem ver os seus negócios investigados, porque o interesse delas é vender seus serviços e ampliar seu faturamento. Mas a democracia global exige esta investigação”, ponderou.

Reforma Trabalhista – Em outro pronunciamento, também nesta quarta-feira, Fontana analisou os impactos reais que tiveram no Brasil a antirreforma trabalhista e a precarização dos direitos trabalhistas e do mercado de trabalho em nosso País. “Prometiam a geração de 2 milhões de empregos no primeiro ano de implantação da reforma, e qual é o resultado hoje? Atraso; retrocesso; precarização; redução da massa salarial do País; e desemprego. Não houve a criação de novo posto de trabalho suficiente para reverter a crise do desemprego, por um motivo bem simples e direto: porque não é o direito trabalhista que impede a geração de empregos”, frisou.

Na avaliação do deputado, o que impede a geração de empregos é uma política econômica recessiva. “Tanto isso é verdade que o Brasil teve o melhor nível de empregos da sua história recente, exatamente no período em que Lula e Dilma governaram o País, com uma proposta econômica de crescimento efetivo e mantendo os direitos dos trabalhadores” enfatizou.

 

Vânia Rodrigues

 

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