O líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), rebateu hoje (4) , no plenário, os ataques que têm sido feitos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela oposição PSDB/DEM/PPS e seus partidos satélites, em conluio com setores da mídia, do Ministério Público e do Judiciário. Segundo ele, o que está por trás desses ataques é uma tentativa de retirar Lula de disputas à Presidência da República, já que em todas as pesquisas eleitorais ele lidera, a despeito do massivo e constante massacre midiático a que é submetido.
“Lula é um exemplo nacional, por isso o povo pobre do Brasil se levanta em toda oportunidade em que ele é atacado, porque não há nenhuma substância nas agressões. É um ataque para retirá-lo da possibilidade de uma disputa eleitoral”, afirmou Florence.
Para o líder, segmentos do Ministério Público, da Polícia Federal e do Judiciário promovem uma verdadeira caça a Lula. “Isso é um ataque não só a Lula, mas à democracia, às conquistas do povo pobre e à própria estrutura de autonomia do Estado brasileiro”, ponderou. O preocupante, segundo o líder, é a seletividade com que os agentes públicos têm agido para prejudicar Lula e, por extensão, o PT e a presidenta Dilma.
Ele citou as várias iniciativas promovidas pelo MP para prejudicar o ex-presidente, como a busca de provas para corroborar teses a fim de incriminá-lo. Essa prática chegou agora ao ápice com a decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de encaminhar pedido para que o Supremo Tribunal Federal (STF) investigue Lula em função da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS).
Segundo o líder, não há pista, menos ainda prova, que sustente a delação premiada de Delcídio do Amaral na qual Janot baseou-se para formular sua representação. Para Florence, causa “repulsa e perplexidade” esse tipo de comportamento de agentes públicos. “Se a regra pega, as ‘n’ delações premiadas com relação a Aécio Neves, a Michel Temer e a vários outros implicarão em um conjunto de réus que vai impedir o próximo Governo, se consumado o golpe”.
Golpistas- Na avaliação de Florence, atitudes como as de Janot evidenciam claramente as articulações para a consolidação de um “ um golpe contra a democracia, o Estado Democrático de Direito e as conquistas populares que Lula, o PT e o governo Dilma representam”.
Entre as conquistas ameaçadas pelos golpistas do Congresso, sob a liderança de Michel Temer e Eduardo Cunha – movimento agora fortalecido por Janot – estão a política de valorização do salário mínimo, o Bolsa Família, iniciativas de combate à violência contra a mulher, simbolizada na Lei Maria da Penha, o combate ao trabalho escravo e o próprio fortalecimento do Estado, via instituições como o próprio MP e a PF, que tiveram plena autonomia para atuarem.
Porém, conforme lembrou Afonso Florence, causa perplexidade a seletividade desses agentes públicos cuja atuação foi fortalecida pelos próprios governos do PT, nos últimos 13 anos. “O Estado brasileiro deve estar aparelhado para combater a corrupção, mas não se combate o problema apenas com um pedido de indiciamento com base em uma delação premiada. A presunção da inocência, o ônus da prova, a garantia do trânsito em julgado de sentença penal condenatória, que está prevista na Constituição, são princípios dos Direito Individuais”. Ele disse que isso vale pra todos, inclusive para empresários, trabalhadores, agentes públicos, Michel Temer, Eduardo Cunha, Aécio Neves e o próprio Lula.
Bancada do PT na Câmara repudia denúncia de Janot contra Lula, sem qualquer sustentação jurídica
Equipe pt na câmara
Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara
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