Flávio Bolsonaro, aquele que recebeu R$ 96 mil em depósitos suspeitos, tem uma relação, no mínimo, questionável com milicianos, inclusive homens suspeitos do assassinato da vereadora Marielle Franco, está envolvido em mais um caso difícil de explicar.
Uma reportagem da BBC dessa quarta-feira (23) mostra que Flávio Bolsonaro, entre 2000 e 2002, acumulava três ocupações em duas cidades distintas, fato que não seria possível nem para o mais workaholic dos seres humanos.
O filho de Jair Bolsonaro fazia faculdade de Direito na Universidade Cândido Mendes e estágio voluntário duas vezes por semana na Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro e ainda um cargo de 40 horas semanais (geralmente 8 horas por dia) na Câmara dos Deputados, em Brasília.
O Linkedin (rede social profissional) e a biografia de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro mostram a formação acadêmica e o estágio na universidade, mas omitem o carga de Brasília.
Entretanto, o emprego na Câmara dos Deputados, em Brasília, conta na declaração do Imposto de Renda dele de 2001 (documento entregue à Justiça Eleitoral) e no portal da transparência e no Diário Oficial da União.
Em declaração do Imposto de Renda, Flávio Bolsonaro alega ter recebido o equivalente a R$ 4.712 mensais, ou R$ 13,5 mil em valores corrigidos.
Uma dúvida que pairou sobre a denúncia é o fato de que Flávio Bolsonaro poderia estar cumprindo suas funções sem estar em Brasília, o famoso home office, mas o cargo ocupado pelo filho de Jair, uma ocupação de natureza especial, não costuma ser feito por uma pessoa em outra cidade. Eles afirmaram que esta vaga “têm por finalidade a prestação de serviços de assessoramento aos órgãos da Casa, em Brasília. Desse modo, não possuem a prerrogativa de exercerem suas atividades em outra cidade além da capital federal”.
Como é de praxe no clã Bolsonaro, nem ele e nem o pai falaram com a imprensa sobre a suposta irregularidade.
Agência PT de Notícias, com informações da BBC