Fim do uso de agrotóxicos tem que ser uma luta e uma bandeira de todos, afirmam petistas

O seminário Terra e Territórios: Alimentação Saudável e Redução de Agrotóxicos foi realizado nesta terça-feira (3), na Câmara dos Deputados. À tarde, o tema debatido tratou de Saúde, Agroecologia e Soberania Alimentar: Chega de Agrotóxicos.

Para o líder da Bancada do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), “todos os avanços que nós tivemos nos últimos anos em termos de políticas públicas inclusivas, do reconhecimento da demarcação de terras indígenas, quilombolas, de políticas de segurança alimentar, de políticas de controle do uso abusivo de veneno nesse País, tudo isso, em poucos meses, está sendo colocado em cheque”.

O deputado Pedro Uczai (PT-SC) destacou que é fundamental a criação de uma política nacional de redução de venenos com a utilização de tecnologias e ciência. “É preciso mostrar cientificamente, tecnicamente e economicamente que é possível produzir em grande escala agroecologicamente. Hoje, nós temos ciência e tecnologia para produzir sem veneno e de forma sustentável. Este é o futuro do Brasil”, argumentou Uczai.

“A agroecologia é fundamental para o campo e para cidade. Não é só para o agricultor ficar livre da utilização de veneno, de químicos, mas é uma expressão de dedicação, de muito amor e respeito para com a mãe terra, para com as águas, para com as florestas, é uma expressão de amor com toda a biodiversidade. A agroecologia e o fim do uso do agrotóxico têm que ser uma luta e uma bandeira de todos os consumidores”, recomendou o coordenador da mesa, Padre João (PT-MG)

Impactos na saúde

Muitos representantes de entidades foram convidados para participar do evento. Idê Gurgel, representante da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), alertou que o uso do agrotóxico impacta diretamente na saúde das pessoas. “Os agrotóxicos, como o nome já diz, são tóxicos e comprometem a saúde das pessoas da ponta do cabelo ao dedão do pé. Não existe um órgão alvo, eles acabam atingindo diferentes órgãos e sistemas provocando, consequentemente, vários tipos de doenças, desde agudas – aquelas que percebemos mais facilmente – até as intoxicações crônicas”, alertou.

Para o deputado Marcon (PT-RS), esse debate precisa estar na mesa do consumidor. “Como disse a Bela Gil, muitas vezes o cidadão está comendo a própria doença, porque os alimentos que chegam às prateleiras dos supermercados antes de ser alimento para a vida são alimentos para a morte, por conta do grande uso do agrotóxico”.

PNARA

Conforme o deputado João Daniel (PT-SE), o seminário também foi fundamental no sentido de debater e cobrar a colocação em pauta para votação do projeto 6670/2016, que trata da Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (PNARA), já pronto para ser votado em plenário, uma vez que já foi aprovado na Comissão Especial. João Daniel lembrou que há cerca de 90 dias a Bancada do PT, juntamente com representantes dos movimentos do campo, se reuniram com o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a fim de apelar para que o projeto seja levado à votação. “Queremos o apoio da sociedade, para que consigamos aprovar o PNARA, que não entra na pauta, apesar das pressões e da reunião que tivemos com o presidente da Câmara”, reclamou.

O deputado João Daniel, quando deputado estadual, foi autor da lei que instituiu a Política Estadual de Agroecologia, regulamentada pelo governador do Sergipe, Belivaldo Chagas, em junho de 2018, quando foi também estabelecido o Plano Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica.

O parlamentar, que é coordenador do Núcleo Agrário do PT na Câmara, destacou que o povo brasileiro tem o direito de se alimentar de maneira saudável e cuidar da natureza e preservar o planeta. “Este é o nosso objetivo e o objetivo da Frente Parlamentar de Agroecologia e Produção Orgânica, lançada hoje”, frisou.

Veja o vídeo do Seminário:

 

Lorena Vale

 

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