Fila do Auxílio Brasil tem 1,5 milhão e os R$ 600 já chega corroído pela inflação

Foto: Site do PT

A medida paliativa do governo federal em aumentar para R$ 600, até o final do ano, o valor do Auxílio Brasil para pouco mais de 18 milhões de pessoas já chega defasado por causa da disparada de preços, especialmente dos alimentos.

O benefício extra já tem uma fila de espera de 1,5 milhão de pessoas, apesar de não comprar o mesmo que o brasileiro comprava em 2020, quando o Auxílio Emergencial de R$ 600 foi pago por causa da pandemia de coronavírus.

Vale recordar que em 2020 o governo Bolsonaro queria dar um Auxílio Emergencial de R$ 200. Foi a Oposição no Congresso Nacional que se mobilizou para que o valor fosse de R$ 600 e beneficiasse 65 milhões de brasileiros. Cinco meses depois, em setembro de 2020, porém, Bolsonaro reduziu o benefício para R$ 300. E, em janeiro de 2021, o governo suspendeu auxílio, deixando todos os beneficiários entregues à fome.

Defasagem

Há dois anos, com R$ 200 no supermercado, o consumidor levava para casa 18 itens, incluindo arroz, feijão, carne, leite, ovos, queijo mozarela, macarrão, bolacha e alguns legumes. Esses mesmos R$ 200 de 2020 representam atualmente R$ 163,91, segundo cálculos de Matheus Peçanha, pesquisador e economista do Instituto de Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), feitos a pedido da Folha. Já os R$ 600 equivalem a R$ 491,72.

Para ter o mesmo poder de compra de abril de 2020, as famílias deveriam receber R$ 732,12. A correção tem como base a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a alta de preços para a de baixa renda. O acumulado no período de abril de 2020 a junho de 2022 é de 22,02%.

Falhas no Auxílio Brasil

Obcecado em mudar o Bolsa Família, Jair Bolsonaro, no entanto, não utilizou as ferramentas do antigo programa para oferecer o novo auxílio, como o critério de número de filhos que aumentava o valor. Hoje os R$ 600 são pagos a uma família de três a 10 pessoas, independentemente do número de seus membros.

Além do valor não comprar sequer uma cesta básica em São Paulo, por exemplo, que está em quase R$ 800, milhares de necessitados devem ficar de fora do benefício. Mensalmente cerca de 350 mil pessoas entram na fila do Auxílio Brasil devido à crise econômica que o País atravessa com a fome atingindo 33 milhões de brasileiros.

Especialista no combate à fome,  ouvido pelo PortalCUT, já dizia no início deste mês que o milhão de pessoas que estavam na fila do benefício, já estavam incluídas no Cadastro Único (CadÚnico) e “quem não se cadastrar até a data de promulgação da emenda constitucional vai ficar de fora, gerando uma nova fila de espera”, afirmou Francisco Menezes, consultor da Action Aid, uma organização não governamental de combate à desigualdade social, e ex-presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).

Governo ainda busca dinheiro para bancar o Auxílio Brasil

O governo federal ainda busca recursos para pagar os R$ 41,25 bilhões do Auxílio Brasil. Para isso, o Ministério da Economia enviou um ofício às principais estatais (Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico) pedindo para aumentar a receita com dividendos em 2022.

O documento encaminhado às empresas tinha o objetivo de tornar o pagamento desses valores ao governo trimestral, em vez de semestral. Ou seja, o pagamento que seria feito de dividendos no 1º trimestre de 2023 poderia ser executado ainda neste ano. De acordo com o Poder 360, somente o Banco do Brasil respondeu dizendo que não poderia fazer a antecipação.

Em sua rede social, a presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), relembrou que o presidente Bolsonaro priorizou a liberação de recursos para as emendas do orçamento secreto e agora está sem caixa para pagar o Auxílio Brasil.

PT na Câmara, com site da CUT

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