Febre Amarela e vítimas de trânsito em debate na Câmara

Se no combate às mortes no trânsito falta investimento em infraestrutura e fiscalização da conservação dos veículos, no combate à febre amarela, o que falta é informação. O Seminário Preparatório para a Conferência Nacional de Vigilância Sanitária, realizado na Câmara na terça-feira (20), debateu sobre os dois temas, que estão na ordem do dia da gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) em 2018.

“O enfrentamento da febre amarela não se resume à vacinação, que é a principal ferramenta para conter a epidemia do vírus e temos que agradecer por termos no Brasil uma Fiocruz que teve em 2017 a capacidade de produzir 64 milhões de doses, mas precisamos ampliar os investimentos em tecnologia e ciência para termos uma vigilância epidemiológica que antecipe possíveis crises e racionalize as ações de prevenção”, destacou o deputado Jorge Solla (PT-BA), que coordenou os debates.

Coordenador de Vigilância em Saúde da Fiocruz, Rivaldo da Cunha, salientou o trabalho desenvolvido pela entidade na pesquisa científica para a verificação da variedade genética do vírus da febre amarela, como forma de aperfeiçoar a vacina. Ele destacou também a forte produção de vacinas, que em 2018 deverá ser suficiente para imunizar toda a população dos estados em que há casos de febre amarela. “Agora a fabricação não garante a vacinação, é preciso que as campanhas sejam bem executadas”, salientou.

Trânsito – No seminário, também debateu-se sobre estratégias para reduzir a mortalidade no trânsito. No Brasil 47 mil pessoas morrem ao ano em acidentes e outras 400 mil pessoas ficam com sequelas. Em 20 anos, a estimativa é de que o País tenha perdido cerca de R$ 720 bilhões devido aos acidentes de trânsito.

“Realizamos um debate com representantes da França, Espanha, Portugal, países que reduziram as ocorrências de acidentes de trânsito, e todos foram unânimes em apontar para além da educação e da fiscalização das regras de trânsito, em apontar para a estratégia de investimento em infraestrutura em rodovias e vias urbanas e na fiscalização da conservação dos veículos”, ponderou Jurandi Frutoso, secretário-executivo do Conselho Nacional de Secretarias de Saúde.

O deputado Jorge Solla, que recentemente em missão oficial em Portugal e Espanha reuniu-se com representantes dos ministérios da Saúde dos dois países, destacou a dificuldade que temos no Brasil de aprovar leis que aumentem a segurança no trânsito. “Aqui só se aprova aumento no valor de multa, mas projetos como o que apresentamos que assegura o alerta sonoro para o cinto de segurança para todos os ocupantes do veículo está parado, não é de interesse da indústria. Medidas como esta estão em vigor na Europa e salvaram vidas”, alertou.

Assessoria Parlamentar

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