As eleições de 2018 foram influenciadas por notícias falas, as fake news, conforme 82% dos pesquisados pela Transparência Internacional no Brasil. Os números constam no Barômetro Global da Corrupção: América Latina e Caribe, divulgado nesta segunda-feira (19) no mundo todo. No Brasil, a pesquisa foi realizada nos primeiros meses do governo do presidente Jair Bolsonaro.
Para o deputado Rui Falcão (PT-SP), “a pesquisa da Transparência confirma as denúncias do PT, em 2018, e justifica a importância da CPMI das fake news”. Rui Falcão é membro da CMPI. “Bolsonaro é uma fraude desde as eleições”, afirmou o deputado Enio Verri (PT-PR) em sua conta no Twitter.
Entre os 18 países participantes da pesquisa na América Latina e no Caribe, o Brasil aparece nesse quesito com 82% nas respostas para a pergunta que avaliava o uso de “informações falsas ou notícias falsas sendo disseminadas para influenciar os resultados das votações”. Bahamas marcou 85% nesse quesito.
O deputado Pedro Uczai (PT-SC) lamentou o resultado da pesquisa e afirmou que era ruim para a democracia. “Muito ruim para a democracia. Uma pesquisa mostra que de cada 5 brasileiros, 4 acreditam que as eleições foram influenciadas por fake news (textos com informações falsas) ”.
Para a deputada Natália Bonavides (PT-RN), “existe o reconhecimento da comunidade acadêmica, científica, política e jornalística de que não podemos ignorar como as novas tecnologias amplificaram a massificação de mentiras e isso tem interferido, sim, na nossa democracia nos períodos eleitorais. E cada vez que a ‘bancada das fake news’ da Câmara tenta barrar a CPMI que está investigando esse fenômeno, fica mais evidente que há sim algo errado”, destacou a parlamentar.
Foram ouvidas mil pessoas entre fevereiro e abril pelo Instituto Ipsos. A pesquisa tem margem de erro de 2,8 pontos percentuais para mais ou para menos, com 95% de confiabilidade.
Compra de voto
O relatório da Transparência Internacional destaca ainda que, no Brasil, 40% dos entrevistados relataram ter recebido oferta de subornos em troca de votos. É o terceiro maior número na região, atrás de México (50%) e República Dominicana (46%).
A Venezuela aparece com 26% e é o único país em que a pesquisa foi feita com papel e caneta; no restante, foi feita de forma digital. As Bahamas foi o único lugar em que a pesquisa foi feita por telefone.
Por Lorena Vale com portal UOL