Ex-dirigente da Funcef prova que instituição se fortaleceu na gestão petista

CPIfundos

O ex-presidente da Fundação dos Economiários Federais (Funcef) – fundo de pensão dos servidores da Caixa, Guilherme Lacerda, apresentou nesta quinta-feira (29) dados oficiais que comprovam o fortalecimento da instituição a partir de 2003, após deixar o comando pessoas ligadas ao PSDB e depois de assumir a gestão dirigentes ligados ao PT.

Entre os pontos positivos apresentados por Lacerda sobre a recuperação da Funcef, está o crescimento do patrimônio da entidade que passou de R$ 9,7 bilhões em 2003 para R$ 44 bilhões em 2010. A rentabilidade dos investimentos realizados no período também aumentou, alcançando 310,05% entre 2003 e 2010, superando a meta estipulada anteriormente pela entidade de 154,29%.

“A realidade da Funcef em 2003 era muito difícil. A entidade respondia a 26 processos no Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal (PF), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e Secretaria de Previdência Complementar (hoje Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) por investimentos temerários e de alto risco”, relembrou.

Entre esses investimentos Guilherme Lacerda apontou aportes em ferrovias e empresas de telefonia geridos pelo Grupo Opportunity, de propriedade do controvertido banqueiro Daniel Dantas. Ele também ressaltou prejuízos à Funcef causados por contratos de aquisição de shoppings, hotéis e edifícios comerciais. “Eram investimentos arriscados e com baixo nível de governança”, observou.

Para sanar os desvios causados pela má gestão à época, Lacerda disse que instaurou auditorias que compartilharam informações com órgãos como o MPF, PF, CVM e a SPC. “Também fizemos um acordo judicial para receber repasses atrasados da Caixa, que resultaram em R$ 2,7 bilhões para a Funcef”, destacou.

Para os funcionários da Caixa e associados da Funcef a mudança também foi benéfica. Entre 2003 e 2010 houve aumento de 65,89% nos benefícios concedidos (30% de reajuste real), e a adesão de 43 mil novos associados (de 70.403 em 2003 para 113.436 em 2010).

Após o depoimento inicial do ex-presidente na CPI dos Fundos de Pensão, com dados positivos sobre a gestão à frente da entidade, alguns deputados de oposição tentaram desqualifica-lo pelo fato dele pertencer ao PT. A tática foi duramente rechaçada pelos deputados petistas Enio Verri (PR) e Erika Kokay (DF).

Em resposta a acusações (sem provas) e insinuações de que o ex-presidente do Funcef estaria na entidade para beneficiar de alguma forma o PT, o deputado paranaense Enio Verri atacou a “seletividade ética da oposição”.

“É um debate pobre acusar sem prova só porque um ex-dirigente é filiado ao PT ou porque é sindicalista. Se algum sindicalista ocupou um cargo foi uma escolha de classe, porque nos governos do PSDB, do DEM e do PPS esse espaços eram reservados apenas a banqueiros ou executivos do mercado financeiro. Agora, parem com esse falso discurso ético, porque ele não existia na época em que os senhores governavam esse País”, afirmou Enio Verri.

Na mesma linha, a deputada Erika Kokay disse que os membros da oposição na CPI não querem investigar nada, mas usar o colegiado como palanque eleitoral. “Já chegam aqui com ‘verdades prontas’, e quando não conseguem atingir seu objetivo tentam desesperadamente incriminar o PT”, ressaltou.

Também participaram da reunião o vice-presidente do colegiado, deputado Paulo Teixeira (SP), e o deputado Assis Carvalho (PI).

Héber Carvalho

Foto: Gustavo Bezerra

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