Não adianta só prender os milicos e milicianos. Está na hora de prender os chefões! Ninguém agiu sozinho.
O deputado Zeca Dirceu (PT-PR) disse nessa terça-feira (19/11) que já está na hora de prender os chefões dos atentados golpistas que incluíram um plano para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
“Não adianta só prender os milicos e milicianos. Está na hora de prender os chefões! Ninguém agiu sozinho, já existem provas suficientes de que era uma ação planejada”, disse Zeca Dirceu ao comentar as prisões pela PF de quatro militares do Exército e de um policial federal.
Bolsonaro
“É assustador, insano o que se vai descobrindo nas investigações, e, obviamente, criminoso. Não há dúvida da orientação do Bolsonaro. Ele teve participação efetiva nisso. Com os indícios do celular do coronel Mauro Cid, a PF conseguiu mais provas que levaram às prisões de hoje (19). E estamos falando de um major, tenente-coronel, general e do envolvimento de uma força especial”, disse o deputado na entrevista ao programa Ponto de Vista da revista Veja.
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Braga Neto
Zeca Dirceu disse ainda que os militares presos nesta terça-feira seguiam o comando que aponta para o general Braga Neto, candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro e ex-ministro-chefe da Casa Civil. “Era uma ação planejada e organizada que culminou nos acampamentos na frente dos quartéis, no bloqueio das rodovias, na tentativa de explodir uma bomba no aeroporto de Brasília, na tentativa de golpe de 8 de janeiro e na explosão de bombas e morte do candidato a vereador do PL de Santa Catarina na Praça dos Três Poderes”, detalhou.
Sem anistia
“É um conjunto de fatos e provas e a Polícia Federal não está prendendo por indício ou suspeita. Está tudo documentado. Estavam tramando, planejando a morte de Lula, de Alckmin, de Alexandre de Moraes. Há outros fatos que ainda não foram revelados e que não dá para descartar. Eu espero que as investigações avancem no ritmo mais célere”, afirmou.
Zeca Dirceu ressaltou que a operação, prisões e investigações reveladas hoje sepultam de vez qualquer tipo de anistia aos criminosos da tentativa de golpe, apesar de que a proposta nunca ganhou consistência no Congresso Nacional. “Não é o clima do Congresso, do Senado, da Câmara dos Deputados e do País inteiro. Não há anistia para quem é criminoso, para quem elaborou e executou atos terroristas, para quem atentou contra a democracia, contra os três poderes, com violência, quebra-quebra e ódio”, disse.
Os próprios candidatos à presidência do Legislativo, segundo o deputado, sequer analisaram qualquer proposta nesse sentido. “Essa não é uma proposta que forma maioria relevante e como fatos divulgados hoje e outros devem surgir, vão colocando esta possibilidade num campo remoto e nulo”, observou.
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Punição rigorosa
Zeca Dirceu espera que a conclusão das investigações avance mais rápido na apuração e na punição dos envolvidos. “Tem questões ainda pendentes. Quem financiou tudo isso? Mais uma vez aparece dinheiro nas provas, tratativa de recurso, de dinheiro. Ações como essa não se fazem sem dinheiro. Ações como a do 8 de janeiro, as explosões, os acampamentos não se fazem sem dinheiro. Esse capítulo de quem financiou precisa de uma atenção maior e acredito que a Polícia Federal e as outras forças da investigação estão chegando aos financiadores”, apontou.
Linha do tempo
Zeca Dirceu ainda descreveu a linha do tempo que mostra o envolvimento do ex-presidente Bolsonaro que, reiteradamente, afirmava que não aceitaria o resultado das eleições se não fosse favorável a ele. “Evidente que Bolsonaro está envolvido desde sempre e as investigações vão avançar sobre os autores e participantes desta série de atentados contra a democracia, e aos que tramaram a morte dos seus concorrentes. Além do pijama e da exclusão da vida pública, esses criminosos merecem punição rigorosa”, disse.
“A gente não pode normalizar a tentativa de afastar quem for de forma criminosa da vida pública, quanto mais o presidente da República, do vice-presidente e do presidente do tribunal eleitoral que garantiu, inclusive, a regulação e o resultado das eleições. Identificar os financiadores do golpe e punir rigorosamente os criminosos”, defende Zeca Dirceu.
Assessoria de Comunicação do deputado Zeca Dirceu