Servidoras da Câmara protestaram, nesta quarta-feira (9), contra proposta que censura vestimentas de funcionários e visitantes da Câmara. Para a deputada Erika Kokay (PT-DF), “ao invés de discutir decote, os deputados deveriam discutir decoro”, disse, endossando o lema do protesto. Ela participou da manifestação contra a medida em análise pela Mesa Diretora.
Entre outros itens, a proposta veta uso de calças jeans estilizadas ou desbotadas, bonés, tênis com cores chamativas ou sujos, além de decotes e roupas com cumprimento acima dos joelhos, com transparência e/ou de ginástica. Para Erika Kokay, na prática, a proposta limita especialmente o vestuário feminino e impede que os movimentos sociais acessem a Casa do Povo, que deveria ser a Câmara Federal.
“As mulheres conquistaram o direto de se expressar por meio de suas vestimentas, então elas serão muito cerceadas com essa proposta. A gente sempre diz que temos nossas burcas invisíveis, porque temos na Câmara menos parlamentares mulheres do que em países onde as mulheres usam burcas, mas agora teremos nossas burcas visíveis, pois querem impor burcas às mulheres no Parlamento”, protestou a deputada Erika Kokay.
As servidoras que participaram do protesto cobriram as cabeças com lenços, em referência aos véus usados pelas mulheres no Oriente Médio. Para Erika, todo movimento feito em anos de luta para que as mulheres tivessem liberdade para se vestir está ameaçado com o código de vestimenta em estudo pela Mesa Diretora.
Assessoria Parlamentar com PT na Câmara
Foto: Gustavo Bezerra