O deputado Rogério Correia (PT-MG), um dos articuladores da audiência com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), nesta quarta-feira (24), mostrou otimismo com o encontro que debateu vacinação para os profissionais da educação e que também tratou do adiamento e não votação da PEC Emergencial que desvincula gastos mínimos com saúde e educação, previstos na Constituição. A audiência foi mais uma das trincheiras de lutas da Jornada Nacional “Vacina Para Todos Já” que ocorreu durante toda quarta-feira (24). A mobilização precisa ter continuidade em todo o País, defendem parlamentares e os movimentos sociais e sindicais.
Sobre a PEC Emergencial, a impressão que o presidente Rodrigo Pacheco deixou transparecer, segundo o relato de Rogério Correia, é a de que não seria salutar para sociedade brasileira e não seria o momento de trabalhar esse tema. “Evidentemente depende dos senadores, mas ele (Rodrigo Pacheco) viu um leque enorme de representações partidárias diferentes e com a reação da sociedade que aqui nós expressamos, não seria o momento de trabalhar qualquer tipo de situação, isso depende do Senado, mas não deixou de selar a opinião dele”, avaliou Correia, durante entrevista coletiva que ocorreu após audiência no Senado.
“Nós saímos otimistas, mas, ao mesmo tempo, pedimos à sociedade brasileira, que continue se mobilizando, a favor da vacina para todos, da vacina para o pessoal da educação, que também entregou um manifesto especialmente sobre esse tema. Não se pode voltar às aulas, sem que haja vacinação”, afirmou Rogério Correia.
Prorrogar auxílio
Para ele, o Congresso Nacional deve se debruçar na prorrogação do auxílio emergencial que foi cortado pelo governo Bolsonaro no último dia 31 de dezembro de 2020. “A questão do auxílio emergencial deve ser aprovado urgentemente. Este sim, pelo Senado, pela Câmara, e que se desvincule o debate sobre a PEC Emergencial do auxílio emergencial. Essa é a nossa expectativa”, manifestou o deputado.
Também durante a coletiva, a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT-MG), representando o Fórum Nacional das Comissões de Educação nas Assembleias Legislativas, disse que foi entregue um manifesto ao presidente do Senado contendo a assinatura de 24 estados, de partidos políticos e de centenas de entidades que atuam no setor educacional.
“A gente luta contra a desvinculação da receita da saúde e educação e traz aqui um posicionamento da educação articulada do País todo, entregue ao presidente do Senado. Esperamos ter resposta. A educação tem que ser vacinada, tem que ter investimento, tem que pensar nas condições efetivas de trabalho que hoje estão colocadas nas escolas públicas”, afirmou.
Em nome das centrais sindicais, a secretária-geral da CUT, Carmem Foro, reafirmou a solicitação feita ao presidente do Senado, para que se garanta a vacina e o auxílio emergencial, e se mostrou terminantemente contra a desvinculação da receita para saúde e educação contida na PEC 168/2019.
“As centrais sindicais entregaram também uma carta em que afirmam o nosso comprometimento de luta pela saúde, pela educação, mas colocam como prioridade a necessidade do auxílio emergencial, a necessidade da vacina já para todos. Isso pra nós é fundamental. Sem a vacina não haverá economia, sem a vacina nós continuaremos tendo desemprego e já são milhões e milhões de pessoas desempregadas. O auxílio emergencial é fundamental para garantir a vida, garantir as condições das pessoas nesse momento”, destacou Carmem Foro.
Veja a íntegra da coletiva:
https://www.facebook.com/ptnacamara/videos/482170532808558/
Benildes Rodrigues
Foto: Alessandro Dantas