Enquanto os governos do PT ofereciam três refeições diárias, Guedes quer dar resto de comida ao povo

Para Guedes, povo pode comer o resto das elites. Foto: Agência Brasil

Pelas redes sociais, parlamentares da Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara, repudiaram nesta sexta-feira (18), o tratamento dispensado pelos ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Agricultura, Tereza Cristina, ao povo brasileiro, àqueles que mais necessitam da presença do Estado na condução de políticas sociais que abarquem a necessidade e o anseio da população que mais precisa. Guedes defendeu que os mais vulneráveis sejam alimentados com restos que sobram da elite do País.

Na mesma toada, a titular da pasta do Ministério da Agricultura, Tereza Cristina, defendeu que a população carente utilize os alimentos com data de validade vencida.

“Não é de hoje o desprezo de Guedes com os pobres. Mas a perversidade não tem limites e ele defende dar resto de comida pra quem tem fome. Pra completar o terror, Tereza Cristina, da Agricultura, fala em alimentos vencidos. Não basta o vírus e a fome, esse governo é higienista!”, escreveu indignada a presidenta Nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR).

Em depoimento perverso, Guedes sugeriu que pobres e mendigos sejam alimentados com restos que sobram nos pratos das elites brasileiras. A sugestão foi em sua intervenção no Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento, promovido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

“O prato de um classe média europeu, que já enfrentou duas guerras mundiais, são pratos relativamente pequenos. E os nossos aqui, nós fazemos almoços onde às vezes há uma sobra enorme. Isso vai até o final, que é a refeição da classe média alta, até lá há excessos”, afirmou Guedes.

Além disso, o ministro bolsonarista sugeriu utilizar os excessos que estão em restaurantes para um “encadeamento com as políticas sociais, isso tem que ser feito”. Segundo ele, “toda aquela alimentação que não for utilizada durante aquele dia no restaurante, aquilo dá para alimentar pessoas fragilizadas, mendigos, desamparados. É muito melhor do que deixar estragar essa comida toda”, disse o ministro.

Já a titular da pasta do Ministério da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou. “A gente poderia fazer uma adaptação, sem precarizar nada. Podemos rever uma série de fatores e gargalos, principalmente em relação à validade dos nossos alimentos. A pandemia nos trouxe esse tema de maneira perceptível, temos que agir rapidamente”.

O vice-líder da Minoria na Câmara, deputado Jose Guimarães (PT-CE) também se manifestou: “Lula e Dilma garantiram três refeições diárias. Controlaram a inflação dos alimentos e combateram a fome. Guedes quer dar as sobras aos mais pobres, e Tereza Cristina defende a distribuição de alimentos fora da validade. Bolsonaro e seus comparsas são cruéis e desumanos”, criticou Guimarães.

O deputado Padre João (PT-MG) classificou de “atrocidade” as intenções proferidas pelos ministros do presidente Bolsonaro. “O ministro Paulo Guedes propõe alimentar os pobres com sobra de comida da classe média brasileira. Inacreditável! Esse governo é desumano. Enquanto isso, 125 mil brasileiros estão em insegurança alimentar e o ministro sugere essa atrocidade”, lamentou.

Para o deputado Henrique Fontana (PT-RS), a declaração de Paulo Guedes “traduz o pensamento elitista e antipovo desse governo genocida e autoritário”.

Em sua conta do Twitter, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) disse que “Guedes teve a desfaçatez de defender que os pobres sejam alimentados com restos de comida”. Para o parlamentar petista, esses arroubos elitistas do clã Bolsonaro revelam que “Lula é cada vez mais uma luta de todos e todas que querem o Brasil mais uma vez fora do mapa da fome, onde as pessoas tenham dignidade, casa e comida”.

Já o deputado Enio Verri (PT-PR) destacou que as declarações de Paulo Guedes representam “seu ódio de pobre que sabemos que é sem limites, beira a crueldade mesmo”. “Agora, ele quer dar sobras (que ele gentilmente chamou de ‘excessos’) ou alimentos vencidos para quem tem fome. O que importa a saúde do mais pobre com tanto que não seja com ele, né?”, questionou o parlamentar.

O governo do ex-presidente Lula foi lembrado pelo deputado Nilto Tatto (PT-SP). “Lula combateu a fome com investimentos; fomentando a agricultura familiar e livre de agrotóxicos; oferecendo merenda de qualidade nas escolas; colocando a mulher no centro das políticas públicas de distribuição de renda. Bolsonaro quer combater a fome vendendo produtos vencidos”, enfatizou.

Para o deputado Odair Cunha (PT-MG), a postura dos ministros bolsonaristas demonstra que o governo não tem “uma proposta eficaz para combater a fome e a miséria que crescem assustadoramente em seu governo, Bolsonaro planeja dar comida vencida ao povo”.
“É esse o nível do sujeito que ocupa a Presidência”, criticou Odair Cunha.

Benildes Rodrigues

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