O líder do PT na Câmara, Enio Verri (PR), solicitou ao ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia), a reativação da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras no Paraná (Fafen-PR) para a produção de oxigênio medicinal para o abastecimento nacional durante o estado de calamidade pública. No ofício encaminhado hoje (21) ao ministro, o deputado propõe que a Fafen seja operada pela própria Petrobras ou por terceiros, inclusive cooperativas de trabalhadores. Além disso, ele defendeu que as instalações da fábrica sejam convertidas para a produção de oxigênio medicinal, “insumo absolutamente essencial para que milhares de vidas sejam salvas neste momento”.
A Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras no Paraná foi fechada há um ano pela direção da empresa. Ela tem capacidade para a produção de 30 mil metros cúbicos de oxigênio por hora, suficientes para abastecer 30 mil cilindros hospitalares pequenos, o que reduziria ou mesmo eliminaria o risco de interrupção do suprimento deste insumo essencial para salvar vidas durante esse período de pandemia no Brasil.
No ofício, Enio Verri destacou a crítica situação vivenciada pela população amazônida, em razão do colapso no sistema de saúde de Manaus e de outras cidades do estado do Amazonas e pela instabilidade no abastecimento de oxigênio hospitalar durante esse período de pandemia do coronavírus, situação agravada a partir do início do mês de janeiro de 2021, e que gerou a trágica situação de centenas de óbitos por asfixia e por falta de atendimento.
Demanda triplicou
O líder do PT argumentou ainda que a reativação da Fafen se justifica uma vez que a demanda por oxigênio medicinal no Amazonas triplicou nas primeiras semanas de janeiro de 2021 e os volumes fornecidos pela empresa contratada têm se revelado “patentemente insuficientes para atender às necessidades da população do estado”.
Verri citou também que além do Amazonas e do Pará, outros estados brasileiros poderão sofrer com falta de oxigênio, uma vez que temos vivenciado um aumento dos casos de infecção em todo País, com o consequente aumento, já constatado, do consumo do gás em unidades hospitalares de São Paulo, Pará e Mato Grosso.
“A demanda por oxigênio medicinal pode crescer de forma exponencial e superar a atual capacidade instalada no País, bem como a capacidade de importar o insumo no curto prazo, exigido pela situação de urgência causada pela pandemia, o que provocará o colapso generalizado do atendimento hospitalar no Brasil”, alertou o líder no documento.
Mudança
De acordo com Enio Verri, para a produção de oxigênio medicinal, a Fafen-PR necessitará apenas de uma pequena modificação no processo de produção da amônia (principal insumo produzido pela fábrica), o que poderá ser rapidamente viabilizado pela empresa.
A reabertura da Fafen, na avaliação do líder do PT, além de contribuir de forma fundamental para o enfrentamento da pandemia no País, salvando vidas e fortalecendo a soberania nacional, vai gerar empregos, impactando positivamente na economia do País neste momento de séria crise. A estimativa é a de que a Fafen-PR gere mais de 1000 empregos diretos.
“A população, especialmente do Amazonas, se encontra extremamente abalada e é preciso que ações sejam urgentemente tomadas no sentido de salvaguardar o bem-estar, a saúde e, pincipalmente, as vidas do povo brasileiro”, concluiu o líder Enio Verri.
Vânia Rodrigues