Empresários boicotam debates sobre Conferência de Comunicação

EmilianoJoseEmpresários de rádio, televisão e mídia impressa decidiram nesta semana boicotar os trabalhos da comissão preparatória para a 1º Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). As entidades das empresas temeram ficar em minoria nas discussões sobre liberdade de expressão e livre associação.

Um dos temas centrais da Conferência, marcada para dezembro, é o chamado “controle público dos meios de comunicação”.

O deputado Emiliano José (PT-BA) criticou o boicote dos empresários. “A ausência evidencia a falta de compromisso com as políticas públicas para o setor e reforça a necessidade de se discutir democracia e comunicação no Brasil. As empresas não querem discutir o futuro e o presente da comunicação no Brasil. Não querem debater a necessidade da democratização da comunicação no país. Mas a saída deles não vai nos intimidar e nem impedir que realizemos a Conferência”, afirmou.

O parlamentar lamentou a “postura elitista” do segmento empresarial da comunicação que, segundo ele, pretende ser “a única voz” a interpretar o Brasil. “Os grandes meios de comunicação pretendem continuar a serem atores solitários na emissão do discurso, na interpretação da realidade brasileira, por meio da estrutura mediática vigente”, disse Emiliano.

A decisão dos empresários não foi consensual. Das 8 entidades convidadas, 6 deixaram a Confecom: Associação Nacional de Jornais (ANJ), Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abert), Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner), Associação dos Jornais do Interior (Adjori), Associação Brasileira dos Provedores de Acesso, Serviços e Informações da Rede Internet (Abranet) e Associação Brasileira de TV por Assinatura (Abta). Ficaram na comissão a Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil) e a Associação Brasileira de Radiodifusão (Abra), que tem como sócios principais TV Bandeirantes e Rede TV!.

Para o ministro da Comunicações, Hélio Costa, a saída das entidades não significa “abandono da Confecom”. “Como elas tinham algumas dificuldades em apoiar determinados pontos na comissão, preferem não participar dessa última fase para que a gente complete a proposta de funcionamento da conferência e depois eles participam da conferência”, disse.

Benildes Rodrigues, com agências

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