A Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, nomeada por Michel Temer para o cargo no ano passado, fez uso da sua caneta para, em menos de 24 horas, mostrar com três exemplos que a sanha persecutória da chefia do Ministério Público Federal não alcança todo e qualquer cidadão, de qualquer coloração política ou ideológica.
Na última terça-feira (27), a doutora pediu à Justiça que mande aos arquivos duas sindicâncias contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP). O nome do tucano foi citado em investigações sobre escutas ilegais que foram instaladas por funcionários do Estado de São Paulo dentro de penitenciárias paulistas.
A corregedoria da Polícia Federal vinha apurando se o chefe do executivo paulista tinha responsabilidade no caso, seja por omissão no comando, seja por que seria sabedor deste fato e os aprovava, ao contrário do que faz a lei.
Se aconteceu uma coisa ou outra, ou nenhuma delas, a população só ficará sabendo se o STJ (Superior Tribunal de Justiça) rejeitar o pedido de arquivamento da Procuradora-Geral. A conferir.
Também na quarta-feira (27), veio a público a notícia de que a mesma doutora Raquel Dodge divergiu da Polícia Federal e não solicitou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Michel Temer. Para ela, ainda não há elementos que justifiquem a medida.
Temer é investigado por suspeita de ter recebido propina para favorecer empresas do setor portuário na publicação de um decreto que alterou regras do setor.
Na opinião dos policiais que atuam na investigação, os dados bancários e fiscais de Temer deveriam ser acessados como método para detectar qualquer movimentação financeira suspeita que pudesse demonstrar pagamentos ilegais no período de discussão do decreto portuário, publicado em maio passado. Já a Procuradora-Geral, achou o pedido exagerado.
(Da Redação da Agência PT de Notícias)