Enfrentar as reformas da Previdência, trabalhista e do ensino médio e as tentativas de entregar o patrimônio dos brasileiros ao capital privado. São essas as tarefas da Bancada do Partido dos Trabalhadores em 2017 e é em torno delas que devem se concentrar as energias dos 10 senadores do partido. “Precisamos ocupar todos os espaços políticos para ampliar a nossa capacidade de luta nas questões sociais e democráticas”, avalia o senador José Pimentel (PT-CE), novo titular da Primeira Secretaria do Senado.
É essa compreensão, ressalta Pimentel, que norteou sua decisão de ocupar o espaço na Mesa Diretora da Casa, como é direito do PT a partir dos votos que obteve nas eleições de 2010 e 2014. Dono da terceira bancada legislativa no Senado, cabe ao PT fazer a terceira escolha de um cargo da Mesa. A decisão é uma ferramenta tática e nada tem a ver com “composição” com golpistas, como querem fazer crer os veículos da grande imprensa.
Voto de confiança
“Peço um voto de confiança aos movimentos sociais e a todos os militantes do PT e do campo progressista. Ainda temos muita batalha pela frente e quanto mais unidos estivermos mais chances de vitória”, postulou Pimentel em carta a esses setores, divulgada na noite desta quarta-feira (1º). O senador reforça que não aceitaria o cargo se não acreditasse que isso aumentaria a capacidade de enfrentar as pautas do governo Temer. “Ainda temos muita batalha pela frente e quanto mais unidos estivermos mais chances de vitória”, afirmou.
A nova Mesa Diretora do Senado foi eleita na noite desta quarta-feira. Na disputa pela presidência, Eunício de Oliveira (PMDB-CE) foi eleito com 61 votos, contra 10 do senador José Medeiros (PSD-MT). Dez senadores votaram em branco. A chapa única para a composição do restante da mesa recebeu 75 votos favoráveis e 4 contrários.
Veja abaixo a íntegra da carta do senador José Pimentel
Resistência nas ruas e nos espaços institucionais
(Carta aos movimentos sociais e ao campo progressista)
Companheiros e companheiras,
Recebi da bancada do Partido dos Trabalhadores a missão de compor a mesa diretora do Senado Federal, como primeiro secretário, com base na proporcionalidade partidária, definida pelos eleitores nas urnas. Após uma avaliação profunda sobre qual seria a melhor tática de oposição, a bancada decidiu, quase por unanimidade e em sintonia com a Resolução do PT (20/1/2017), valorizar as mobilizações sociais e, também, garantir maior resistência nos espaços de poder institucionais do Senado.
Não aceitaria essa indicação se não acreditasse na sua importância para aumentar a nossa capacidade de enfrentamento em relação às pautas que se originam desse governo ilegítimo do presidente Michel Temer. Dentre elas, destaco as reformas da Previdência, trabalhista, do ensino médio e demais projetos entreguistas gestados pelo governo.
Negar o princípio da proporcionalidade na composição do Senado seria abrir mão também dos espaços de poder nas comissões temáticas. Esses espaços de poder foram conquistados nas urnas, nas eleições de 2010 a 2014. E são fundamentais para o desempenho combativo no legislativo.
Se não entendemos que o parlamento deve ser um local de resistência, precisamos ocupar todos os espaços políticos para ampliar a nossa capacidade de luta nas questões sociais e democráticas.
Por isso, peço um voto de confiança aos movimentos sociais e a todos os militantes do PT e do campo progressista. Ainda temos muita batalha pela frente e quanto mais unidos estivermos mais chances de vitória.
Estou à disposição de todos e todas!
Cyntia Campos – PT no Senado
Foto: Alessandro Santos