FOTO: GUSTAVO BEZERRA/PT NA CÂMARA
A deputada Fátima Bezerra (PT-RN) discursou na Câmara para destacar o momento vivido pela Petrobras, baseando-se em análise feita pelo economista Jean Paul Prates, diretor-geral do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (CERNE), e publicada recentemente no O Globo online. “Para o economista, mais do que nunca, a Petrobras está na berlinda do jogo eleitoral”. Ele segue afirmando que “não se trata de uma estreia, pois os debates sobre a alegada intenção de privatizá-la atormentaram campanhas presidenciais desde Getúlio até os recentes embates de Serra e Alckmin versus Lula e Dilma”, disse.
O foco da oposição desta vez, segundo a deputada, são atos gerenciais de fundamentação duvidosa, como a compra da refinaria norte-americana de Pasadena – somada à investigação de tráfico de influência e corrupção.
“Jean Paul, um dos mais respeitados profissionais da área de energia, ‘como todos nós’, defende que se apurem crimes, falcatruas e picaretagens, e que se punam culpados investigados, defendidos e julgados – como cabe em qualquer democracia civilizada”, disse a deputada. Na avaliação dele, entretanto, destacou Fátima Bezerra, e de “todos os cidadãos e cidadãs que se preocupam verdadeiramente com o Brasil e com a Petrobras, é patente que o objetivo político é atingir a fama de gestora rígida e competente da Presidente Dilma Rousseff e também de sua executiva-chefe na empresa, Graça Foster”.
No seu discurso Fátima informa que o economista Jean Paul analisa ainda que “diferentemente de outros órgãos públicos em que comissionados e funcionários passam um mandato ou outro, a Petrobras: é um corpo com vida própria, e que sabe se defender. Além disso, individualmente, quem tem a carreira em jogo numa empresa como a Petrobras não permite ser enxovalhado por político ou mídia marrom: Graça Foster e a maioria das ‘pratas da casa’ na Petrobras são desta cepa”.
Para Jean Paul, “é completamente equivocado, oportunista e até uma atitude de má fé afirmar-se que a empresa está quebrada ou que foi o PT quem afundou a Petrobras. Há que ser justo e reconhecer que a empresa cresceu como nunca nos últimos 10 anos. Oscilações e percalços são ossos do ofício para uma empresa mista que tem que se equilibrar entre os interesses do Estado brasileiro e os do mercado de ações”, analisa.
“O tradicional dilema entre preços internacionais para os combustíveis no Brasil versus controle inflacionário não é invenção ‘lulista’. O Brasil nunca teve preços de combustíveis integralmente livres. Todo e qualquer governo, de todo e qualquer partido, terá que enfrentar algum tipo de antipatia em relação a este dilema: só tem que escolher entre a população do Brasil inteiro (inclusive as demais cadeias produtivas afetadas pelos fretes rodoviários) e o restrito grupo de acionistas da Petrobras”.
Para Jean Paul, continuou a deputada Fátima, “é justamente por ser uma estatal que muitos investidores – desde pessoas físicas nacionais até fundos e conglomerados estrangeiros – sempre compraram e continuam comprando ações da Petrobras”.
PT na Câmara