Direitos Humanos e CNJ reforçam combate à violência contra população LGBTQIA+

Ministra do MDHC durante assinatura do Formulário Rogéria, que implementado em todo o país Foto: Ana Araújo / Agência CNJ

Ministra Macaé Evaristo assinou termo de cooperação com o CNJ para criar o chamado Formulário Rogéria, que fará registro de ocorrências em delegacias, MP e Defensorias Públicas de todo o país

O governo Lula, por meio do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), assinou Termo de Cooperação Técnica com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para implantação do Registro de Ocorrência Geral de Emergência e Risco Iminente à Comunidade LGBTQIA+.

Chamado de Formulário Rogéria, o documento será implementado nos órgãos do sistema de justiça e de segurança pública dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal, e pretende ser uma base de registro e documentação de dados reais da violência sofrida diariamente pela população LGBTQIA+ no Brasil.

O formulário contém dados como identificação da vítima, do risco sofrido, a análise do profissional da área envolvida no registro da ocorrência e a identificação do serviço prestado.

Além disso, ele tem a finalidade de fazer o levantamento e a sistematização de dados, que facilitarão a adoção de procedimentos integrados para minimizar a reprodução da violência LGBTfóbica em curto prazo, bem como aprimorar as respostas institucionais para reduzir a incidência de violências discriminatórias. O objetivo principal é unificar os procedimentos para acolher melhor as vítimas.

Na cerimônia de assinatura contou com a participação do ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, além de representantes do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), do Ministério da Justiça e Segurança Pública e do CNJ.

Leia Mais: Deputadas defendem prioridade para pauta LGBTQIA+ na Câmara

“Essa lista deixa mais do que evidente a mudança que não teremos acesso à justiça para as pessoas LGBTQIA+. É fundamental a participação da população LGBTQIA+ na construção da política, porque sabemos que é nada sobre nós, sem nós”, disse a ministra.

O MDHC explica que a ausência de campo específico de identificação e a produção de provas, bem como a interpretação desses registros pelo Poder Judiciário, são alguns dos entraves na hora de identificar o tipo de violência.

Além disso, Macaé destacou a fragilidade das articulações entre as instituições do sistema de justiça com o possível protagonismo das defesas públicas e violências sofridas pela população transexual no sistema prisional. A expectativa é que o formulário seja aplicado em delegações, pelo Ministério Público, nas Defensorias Públicas, equipes psicossociais dos tribunais e instituições de assistência social, saúde, acolhimento e proteção às vítimas de violência e manifestação de direito.

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