Com o tema “As privatizações, a Desnacionalização do Patrimônio e das Riquezas Nacionais”, o última dia de seminário da Jornada Unitária em Defesa dos Serviços Públicos, nessa quinta-feira (25), foi marcado por uma aula da ex-presidenta Dilma Rousseff em defesa da Petrobras, dos Correios, Bancos Públicos, Servidores Públicos e de todo o patrimônio público brasileiro, além de denunciar os desmontes que o governo Bolsonaro vem fazendo no País.
O evento virtual também contou com mediação do coordenador do Núcleo do Trabalho do PT na Câmara, deputado Rogério Correia (MG) e do deputado Bohn Gass (PT-RS), e ainda com a participação da deputada Erika Kokay (PT-DF), de entidades, centrais sindicais, movimentos sociais, servidores públicos e parlamentares da oposição.
Dilma Rousseff recordou o discurso feito pelo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, nos Estados Unidos, em que admitia que chegou ao poder para levar adiante um projeto de destruição nacional. “Acredito que se nós não resistirmos eles vão tentar dar sequência àquilo que o Bolsonaro disse naquele discurso nos Estados Unidos, que primeiro ele iria destruir, que ele não tinha vindo para construir, que ele tinha vindo para destruir e que ele iria destruir. Estão na pauta da destruição os funcionários públicos e as estatais brasileiras”, denunciou.
A ex-presidenta, por sua vez, apontou qual é a pauta do PT e de todos aqueles que lutam por um País melhor. “E na nossa pauta está a resistência e a luta forte contra isso. Nós temos que usar de todos os métodos possíveis de persuasão, de todos os métodos possíveis de resistência para não permitir que isso ocorra”, observou.
Dilma considera as privatizações, a desnacionalização do patrimônio e das riquezas nacionais um dos assuntos mais importantes para ser enfrentado no processo de resistência, reconstrução e luta no Brasil, principalmente se de fato quiserem resgatar o desenvolvimento do País de forma consistente, com soberania nacional e com os direitos do povo assegurados.
Para a deputada Erika Kokay, a Jornada Unitária em Defesa dos Serviços Públicos é em defesa da vida e de um Estado que possa ser consolidado com os preceitos que estão garantidos na Constituição Federal brasileira, que estão sendo atacados.
“Nós estamos vivenciando hoje um ataque dos mais profundos aos preceitos que estão na nossa Constituição. É como se a Constituição estivesse sendo dilacerada e é nesse sentido que vem essa Reforma Administrativa. Na verdade não é uma Reforma Administrativa é uma reforma de Estado, que busca resgatar um estado dominado por quem está no governo, é um Estado autoritário”, apontou a parlamentar.
Soberania
Para Dilma, a soberania nacional não diz respeito apenas à Petrobras e às estatais, mas ela passa pelo desmonte da educação, da segurança alimentar e da manutenção de melhores condições de vida para o povo.
“O governo promove o desmonte da educação, da segurança alimentar, da destruição da agricultura familiar. Porque a segurança alimentar é uma questão central de soberania; ela diz respeito à volta da fome, que é outra questão básica da soberania, que é a manutenção das condições de vida da população. A soberania diz respeito ao brasileiro não ter como se aposentar entre outras coisas; e, finalmente, a soberania diz respeito à saúde que é a defesa da vida. Portanto, ela diz respeito à reconstrução do Estado Nacional”, elencou Dilma.
Erika Kokay também reafirma sua defesa à soberania nacional, contra a Reforma de Estado – como ela classifica a Reforma Administrativa proposta pelo governo federal –, contra as privatizações e em defesa do meio ambiente. “O meio ambiente arder em fogo como está ardendo no Brasil, mergulhado em cinzas, em lama e em óleo”, denunciou.
Para a deputada, Bolsonaro é cínico quando diz que o País tem uma excelente política ambiental e tem o cinismo de afirmar que não quer privatizar a Caixa e a Petrobras, mas de forma “traiçoeira, na calada da noite, busca efetivar essas privatizações”.
Governo de destruição
O deputado Bohn Gass reforçou a importância das manifestações e atos, mesmo que virtuais em função da pandemia da Covid-19, para enfrentar os desmontes do governo neoliberal que comanda o Brasil. “As mobilizações precisam continuar, é preciso um caldo social contra esse desmonte total que está sendo feito pelo Bolsonaro e sua equipe. As manifestações precisam se organizar de diferentes formas para que a gente possa realmente ter a resistência e ao negar a privatização, ao negar a Reforma Administrativa, irmos construindo o nosso projeto de soberania que tanto precisamos para o nosso querido País”.
O deputado Rogério Correia afirmou que é preciso unidade e resistência para que não seja permitido mais destruição do serviço público com a Reforma Administrativa, que para ele “desmancha a Constituição”. “A discussão de hoje foi muito rica, mas ela nos aponta para a necessidade da unidade na disputa e da valentia que nós temos que ter nesse momento”.
Para o parlamentar mineiro, o ato denunciou a “privataria bolsonarista” que é mais perversa que a “privataria tucana”. “Vender a Petrobras, entregar a Eletrobras, entregar os Correios, entregar a Caixa Econômica Federal – que tanto bem fez com o Minha Casa, Minha Vida –, o Banco do Brasil que fez o maravilhoso Pronaf; é o governo da destruição, é o governo da desconstrução da Nação”, denunciou Rogério Correia.
“Não é hora de fraquejar, é hora de nos unirmos e dizer: Nós vamos e podemos derrotar Bolsonaro. Fora, Bolsonaro! Viva os trabalhadores brasileiros, viva a resistência!”, finalizou.
Veja a íntegra do seminário:
Lorena Vale