Dilma:Impeachment é retrocesso, com programas sociais promovemos a maior revolução pacífica do mundo ocidental

Dilma Coletivainternacional

A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira (19), em entrevista coletiva com jornalistas estrangeiros, que a crise econômica não deve servir de motivo para o impeachment de um presidente e afirmou que os que estão “golpeando a democracia atendem só a um lado do País e estão vendendo terreno na lua”. Ela se referia ao vice-presidente Michel Temer que prometeu manter programas sociais caso chegasse à presidência. Dilma afirmou que “as pessoas podem falar que se governarem vão manter os programas sociais”, mas ponderou que foi a sua gestão que os manteve, mesmo fazendo um grande corte no Orçamento.

A presidente afirmou que os avanços sociais do governo dela e de Lula foram “a maior revolução pacífica do mundo ocidental”, e fez um apelo para que não haja retrocesso. “A maior revolução pacífica do mundo ocidental ao garantir que quase 36 milhões de pessoas saíssem da miséria e outros tantos conquistassem o status de classe média. Nós não podemos deixar isso retroceder”, afirmou.

Dilma enfatizou também que seu impedimento não traria estabilidade política para o País “porque rompe bases da democracia”. “Sem democracia, não recuperamos a capacidade de retomar o crescimento”, acrescentou.

Crise Econômica – A presidenta responsabilizou a crise financeira internacional pela desaceleração da economia brasileira. “Por conta da crise econômica, muitos me veem como responsável, como se no resto do mundo não tenham sido enfrentadas dificuldades, em escala muito maior”, disse. E, acrescentou: “Atribuem a mim a crise dos países desenvolvidos, a queda de commodities e agora a perda de 10 milhões de empregos. Não foi bem assim. Temos, infelizmente, uma perda de empregos que não tem esse montante. São cerca de 2,4 milhões, o que é uma lástima”, ressaltou.

Dilma também culpou a oposição pela crise econômica e política ao não aceitar uma derrota “por uma margem estreita, de 3 milhões e poucos de votos”. Ela lembrou que inconformados com a quarta derrota seguida, eles (oposição) pediram recontagem dos votos, depois entraram no Tribunal Superior Eleitoral para impedir que ela tomasse posse.

Na sequência, acrescentou Dilma, ocorreu algo no Brasil bastante lamentável, foi o fato de que práticas absolutamente condenáveis, principalmente aquelas representadas pelo atual presidente da Câmara (Eduardo Cunha) ganharam uma força razoável, na medida em que ele se tornou presidente da Câmara. Isso se expressou nas pautas bombas, que era a aceitação de medidas populistas que inviabilizavam, na prática, a rigidez fiscal, a responsabilidade fiscal, a robustez fiscal do País. (…) Toda a pauta bomba resultou em torno de uns R$ 140 bilhões (de rombo no orçamento da União).

Golpe – Dilma explicou que o Brasil tem um histórico de golpes. “O Brasil tem um veio golpista adormecido. Se nós acompanharmos a trajetória dos presidentes no meu País, no regime presidencialista a partir de Getúlio Vargas, nós vamos ver que o impeachment, sistematicamente, se tornou um instrumento contras os presidentes eleitos”, afirmou.

A presidenta deixou claro que, se não tiver golpe, e com repactuação democrática, o governo terá condições de retomar a estabilidade política e econômica. “Isso porque o Brasil tem imensa capacidade de recuperação e recomposição de forças”, argumentou.

Corrupção – Questionada sobre como seria possível ela não ter percebido a corrupção em seu governo, a presidente apontou que é próprio da corrupção ser escondida e que foram necessárias leis criadas na sua gestão e na do ex-presidente Lula para que se chegasse à Operação Lava­Jato. “Ninguém aqui é ingênuo e acredita que corrupção surgiu agora, que foi lançada por meu governo ou de Lula. Toda a legislação que permitiu essas investigações foi feita ou no meu governo ou no dele”, ressaltou.

Discriminação – Também respondendo a questionamentos de jornalistas, Dilma apontou componentes machistas no processo de impedimento do qual é alvo. “Há misturado nisso tudo um grande preconceito contra a mulher. Teve atitude comigo que não teria com presidente homem”, avaliou.

PT na Câmara, com agências

Foto: Roberto Stuckert Filho

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