Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, nesta segunda-feira (8), a presidenta Dilma Rousseff afirmou que a “retomada do crescimento começa com o ajuste e se complementa com medidas que vamos anunciar até agosto”. A presidenta citou as iniciativas a serem lançadas para que a economia volte a ganhar força, como o de Investimento em Logística (PIL), que será lançado nesta terça-feira (9), e o Plano Safra da Agricultura Familiar, até o dia 15.
“Depois vêm o Programa Nacional de Exportação e o Minha Casa Minha Vida 3. Além disso, a Petrobras deve concluir seu plano de investimentos, com horizonte até mais cinco anos, com foco em exploração e produção”, explicou Dilma.
Sobre a relação com o Congresso Nacional, ela afirmou ser “independente e harmoniosa” e que as discussões com parlamentares têm sido efetivas.
“Vocês falam muito que a relação está difícil, mas temos tido um processo de discussão bastante efetivo e eu não diria que é tão diferente do passado. Até agora, não tivemos uma derrota do tamanho daquela da CPMF (extinta em 2007), a mais grave derrota dos últimos anos para o governo. O governo não está a reboque do Congresso. Pelo contrário. Temos relação independente e harmoniosa. Se você for olhar, o Congresso, até agora, não se caracterizou por dar uma derrota ao governo”, disse Dilma.
A presidenta lembrou que não é contra a terceirização – e, sim, pela regulamentação para proteger milhões de trabalhadores. Mas alertou para a necessidade de cuidado na aprovação de uma proposta neste sentido para não prejudicar os trabalhadores com carteira assinada.
“Você tem mais de 12 milhões de trabalhadores terceirizados que precisam ter seus direitos protegidos. Porém, tem de cuidar para não acabar com a diferença entre atividade-meio e atividade-fim, porque aí você ‘pejotiza’ e informaliza o mercado de trabalho, que eu acho que é a grande característica ruim da lei.”
Dilma ainda reiterou, na entrevista ao jornal paulista, a posição contrária à redução da maioridade penal, como já fez em outras oportunidades.
“Eu não sou a favor por um motivo muito simples: onde ocorreu, ficou claro que isso não resultava em proteção aos jovens. Defendemos um projeto de lei no qual puniríamos fortemente o adulto da quadrilha que usasse criança e adolescente como escudo. E o crime hediondo praticado por menor tem de ter tratamento diferenciado. As medidas socioeducativas têm de ser prolongadas”, disse.
PT no Senado
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR