Desgoverno de Bolsonaro abandona brasileiros em meio à pandemia, denunciam petistas

Parlamentares da Bancada do PT denunciaram em sessão virtual, nesta terça-feira (30), a inércia do governo Bolsonaro no combate à pandemia do coronavírus, criticaram a falta de implementação de medidas já aprovadas pelo Congresso e lamentaram a falta de resposta para manter a vida das pessoas. Eles denunciaram que em vários estados, além da falta de equipamentos de proteção individual, de respiradores, já começa a faltar também medicamentos. “Estão faltando condições para procedimentos básicos para salvar a vida das pessoas em todas as unidades da Federação. A população está morrendo em massa”, lamentou a deputada Maria do Rosário (PT-RS).

A deputada enfatizou que o País está sem governo. “Nós ultrapassamos todos os níveis, todas as possibilidades”, criticou. Ela relembrou que numa primeira fase, o governo subestimou a pandemia e negou a ciência, ficou contrário às entidades sanitárias, ao razoável, ao adequado, não tomou providências para prevenir o que agora acontece. E, numa segunda fase, o governo não decide sobre uma política nacional: “Não há política nacional de compra de equipamentos. Conversamos hoje com autoridades do Rio Grande do Sul e verificamos que a necessidade aqui, como nos demais estados, é de medicamentos, é de kits de intubação, é de anestésicos”, reforçou.

Maria do Rosário lembrou ainda que o governo Bolsonaro declarou guerra aos governadores, aos prefeitos, não apoia o Sistema Único de Saúde. “E o pior é a fase em que nos encontramos no atual momento, em que há continuidade dessa política genocida… Uma continuidade que está sistematicamente sendo demonstrada por um Ministério da Saúde onde não há um médico, uma médica, onde não há enfermeiros e enfermeiras, onde não há técnicos da área da saúde, onde estão conformados com o número de mortes que já tivemos e com o anúncio terrível, a cada noite, de mais mortes, de mais vítimas do coronavírus”.

Foto: Gustavo Bezerra

Na mesma linha, o deputado Paulo Guedes (PT-MG) reforçou que o País está completamente desgovernado, “e nós precisamos tomar medidas urgentes para que ele volte à sua normalidade”. Ele observou que já são quase 60 mil mortes no Brasil, que é um dos países em que a pandemia avança a cada dia, e o presidente da República não toma nenhuma atitude. “Nós temos um Ministério da Saúde totalmente alheio ao que está acontecendo. Em plena pandemia, já se trocou de ministro da Saúde três vezes, e hoje a pasta é comandada por um ministro militar, sem formação na área de saúde”.

Hoje, enfatizou Paulo Guedes, além dos problemas com a pandemia, o País está prestes a ver outro colapso: “O colapso completo do sistema de saúde, porque já não é mais segredo a falta de medicamentos em todos os hospitais deste País, inclusive de anestésicos, o que pode agravar nos próximos dias ainda mais o problema das pessoas que contraíram o coronavírus”, alertou.

O deputado do PT mineiro argumentou que, diante deste quadro, é preciso que o Congresso, o Supremo, os governadores e os Prefeitos tomem medidas urgentes. “Não dá mais para continuar brincando com esse vai e volta: abre o comércio, fecha o comércio, toma medida hoje, volta atrás amanhã. O perigo está batendo às nossas portas. Temos que tomar providências urgentemente. O Ministério da Saúde precisa fazer o seu papel, o governo precisa governar, parar de brincar, parar de transferir os seus próprios problemas, de sua família, para o povo brasileiro. É hora de tomar atitudes”, concluiu.

Foto: Gustavo Bezerra

Pandemia acelera no País

O deputado Henrique Fontana (PT-RS), que também é médico, observou que pandemia do coronavírus está se agravando no País. “O processo de negação, de irresponsabilidade, de incompetência com o qual o presidente Bolsonaro enfrenta a pandemia está levando o Brasil a um dos maiores desastres sanitários da sua história e a ser um dos piores, senão o pior país do mundo, no combate ao coronavírus”, criticou. Ele frisou que o número total de infectados por coronavírus, durante a semana que encerrou no dia 18 de junho, foi de 175.314 brasileiros. Na semana que encerrou em 29 de junho, esse total de infectados subiu para 261.772 brasileiros. “Houve um aumento de 50% no número de infectados que foram obviamente diagnosticados, porque há uma enorme subnotificação, em 10 dias”, detalhou o parlamentar gaúcho.

Essa situação, segundo Fontana, leva a que, hoje, por exemplo, o Hospital Conceição, de Porto Alegre, tenha uma lotação na sua UTI de 95% de pacientes com Covid-19. “Nós estamos chegando a uma situação cada vez mais dramática e difícil. É preciso que todos nós brasileiros, o Parlamento, freemos a irresponsabilidade do presidente Bolsonaro e voltemos a usar os mecanismos sociais de proteção social, de incentivo ao uso de máscara, de higiene, de apoio, de compra de equipamentos e, especialmente, que se garanta a compra de milhões de testes porque o Brasil segue num voo cego e estamos assistindo à mortalidade enorme que seria evitável em nosso País”, afirmou.

Foto: Gustavo Bezerra

O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), que também é médico, observou que os números de mortes pela Covid continuam alarmantes em nosso País. Ele citou que o Brasil tem no dia de hoje (30 de junho) 1.373.006 infectados, sendo 58.406 mortes. “Se nós somarmos China, Índia, Indonésia, Paquistão, Nigéria, Bangladesh e Rússia estaremos falando de 3.830.306 pessoas. Somados todos, são 40.592 mortes. No Brasil, onde temos 212 milhões de habitantes, nós temos 18 mil mortes a mais”, comparou.

Chinaglia frisou que o Congresso Nacional disponibilizou todos os instrumentos para o presidente usar. “Havia crédito extraordinário de R$ 152 bilhões, mas foram pagos apenas R$ 95 bilhões. Do auxílio financeiro a estados e municípios de R$ 60 bilhões, disponibilizaram-se apenas R$ 15 bilhões. Para a manutenção de emprego e renda, de R$ 51 bilhões, disponibilizaram-se apenas R$ 11 bilhões. Para enfrentamento da emergência da saúde de R$ 45 bilhões, foram pagos apenas R$ 14 bilhões”, criticou.

Foto: Gustavo Bezerra

Desemprego

O deputado Chinaglia falou ainda de outro problema grave que o País vive: “o desemprego”. Ele frisou que o presidente Bolsonaro se apresentou como o paladino em defesa do emprego, mas o Brasil – sem considerar os efeitos da pandemia – tem na informalidade 36,8 milhões trabalhadores. Subutilizados são 27,6 milhões de trabalhadores. De desocupados — os que procuram emprego —, ou que gostariam de estar trabalhando chegamos a 12,9 milhões desempregados. Os dados, explicou o deputado, são de levantamentos feitos em janeiro, fevereiro e março, portanto, antes da pandemia.

Na avaliação da deputada Erika Kokay (PT-DF), na verdade, nós estamos vivenciando tragédias permanentes. “O governo Bolsonaro impõe a tragédia no cotidiano da população brasileira. Nós vemos esse nível de desemprego como nós estamos tendo. Nós temos o Ministério da Saúde que não libera os recursos necessários para estados e municípios. Nós não temos apoio para a pequena, a média e a microempresa, que são em verdade quem empregam neste País”, lamentou.

Foto: Gabriel Paiva

O deputado Zeca Dirceu (PT-PR) destacou que os pequenos e médios empresários e os pequenos e médios agricultores do País continuam sem nenhum tipo de apoio relevante por parte do governo federal. “Os bancos públicos não cumprem o seu papel. O governo federal e o Ministério da Economia não cumprem o seu papel, por mais que o Congresso tenha aprovado uma série de medidas que deveriam já ter impactado positivamente a vida de quem gera 70%, 80% de empregos no nosso País”, denunciou.

Foto: Gabriel Paiva/Arquivo

Para Zeca Dirceu essa situação é inaceitável. “É surreal, é inacreditável que até agora o Brasil seja um dos poucos países do mundo que não tenha olhado para quem gera emprego, para quem produz, para quem transforma a realidade de desenvolvimento em nosso País. Burocracia imensa, exigência sem fim de garantias, juros exorbitantes, prazos inadequados, nada está de acordo com aquilo que querem que reivindicam e que têm direito os pequenos e médios empresários do nosso País”, protestou.

Vânia Rodrigues

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