Um grupo de deputados visitou nesta quinta-feira (25) quatro manifestantes feridos pela Polícia Militar, na quarta-feira (24), durante a manifestação realizada na Esplanada dos Ministérios e que estão no Hospital de Base de Brasília. O ato Ocupa Brasília foi promovido por Centrais Sindicais e Movimentos Sociais e defendeu a saída de Michel Temer da presidência da República, a realização de eleições diretas e a paralização das reformas Trabalhista e da Previdência.
Logo ao chegar ao hospital, os deputados petistas Benedita da Silva (RJ) – que idealizou a ação- Adelmo Leão (MG), João Daniel (SE) e Leonardo Monteiro (MG) foram recebidos pelo diretor do hospital de Base, Júlio César Ferreira Júnior. Ele repassou informações sobre o estado clínico dos manifestantes. Segundo Júlio César, um deles está em estado grave, com uma lesão na mandíbula e no pescoço. O nome do paciente não foi informado. A visita aos manifestantes internados foi autorizada apenas aos parlamentares.
Para a deputada Benedita da Silva, a visita é uma ação de solidariedade aos feridos e também de repúdio à ação truculenta da Polícia Militar do Distrito Federal contra os manifestantes.
“Tivemos pessoas feridas, gente desaparecida e outras em situação grave. E hoje prestamos solidariedade. O papel da polícia era identificar e prender quem estava causando tumulto, não mandar bomba no carro de som ou em pessoas que estavam ali se manifestando. Porque ali tinham famílias e trabalhadores que vieram apenas protestar contra as reformas, e exigir o fora Temer e diretas já”, afirmou a deputada.
Desaparecido– Na entrada do hospital a manifestante Thaís Dias Andrade, servidora da Fiocruz do Rio de Janeiro, procurava informações sobre o paradeiro do primo, Rafael Esteves Dias, que veio da cidade de Petrópolis (RJ) para participar da manifestação. Segundo Thaís, desde a tarde de quarta-feira (24) a família e os amigos não conseguem contato com ele.
“De início a gente achou que o celular dele tinha descarregado ou alguma coisa do tipo, mas por volta das sete horas da noite as mensagens foram entregues e não conseguimos mais falar com ele. Também tentamos contato com uma pessoa que estava com o Rafael, e não conseguimos”, explicou. A manifestante mantém a esperança de que possa ter ocorrido apenas um desencontro. “Como a caravana dele partiu antes, esperamos ter alguma informação quando o ônibus chegar à noite no Rio”, disse.
Héber Carvalho