Um retorno à escravidão, um retrocesso sem precedentes, uma crueldade com os trabalhadores. O tom de indignação tomou conta da tribuna da Câmara nesta terça-feira (11), quando vários deputados petistas fizeram referência à Reforma Trabalhista como uma das famigeradas marcas do governo golpista contra o povo brasileiro. “É cruel contra a vida dos trabalhadores, porque vai levá-los a uma relação escravista da época da Idade Média”, definiu o deputado Décio Lima (PT-SC), líder da Minoria no Congresso. A reforma está em análise pelo Senado Federal.
O parlamentar lembrou que as alterações propostas pelo ilegítimo Michel Temer motivaram um protesto histórico, nesta terça, de senadoras que ocuparam a Mesa do Senado, mesmo com a retaliação do presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), de mandar apagar as luzes do local. “Neste momento, senadoras resistem a este episódio inescrupuloso da história política do nosso País. A Reforma Trabalhista é cruel porque, entre outros pontos, não respeita a vida das mulheres gestantes nas suas condições de trabalho. Por isso, estamos resistindo no Congresso Nacional”, completou.
O deputado Assis Carvalho (PT-PI), ao definir a reforma como uma tentativa de revogar a Lei Áurea e de retomar a escravatura no Brasil, parabenizou as senadoras que tomaram a frente do protesto para impedir a votação da Reforma Trabalhista no Senado. “O grupo de Temer, sobretudo aqueles que patrocinaram o golpe, está desesperado querendo entregar mais esse absurdo, que é a Reforma Trabalhista. Parabéns às mulheres sindicalistas e às mulheres do Senado ao não permitirem que esse absurdo seja votado”, afirmou.
O deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) avaliou que a tentativa do Senado de concluir a votação da reforma é mais uma investida do Congresso no sentido de aumentar o fosso entre o Parlamento e a população brasileira. “Isso é inaceitável num momento em que o prosseguimento ou não da denúncia apresentada pelo Procurador-Geral da República contra o presidente da República está para ser julgado nesta Casa. Isso evidencia, de forma palpável e clara, que não é momento para se aprovar a revogação da CLT”, protestou Luiz Sérgio.
O deputado Robinson Almeida (PT-BA), também da tribuna, prestou solidariedade às senadoras que ocuparam a Mesa do Senado para evitar a votação da reforma. “São senadoras que entendem que não pode acontecer essa violência aos direitos trabalhistas. Querem rasgar a CLT. É um governo ilegítimo que não tem apoio na sociedade para promover reformas. Em vez de ameaçar o direito dos trabalhadores, o presidente Michel deveria renunciar”.
PT na Câmara