O deputado Henrique Fontana (PT-RS) conclamou em plenário, nesta quarta-feira (14), todos os brasileiros que defendem a democracia a se unir para dar um basta aos “arroubos autoritários” de um presidente que se mostra cada vez mais “despreparado para governar este País, que quer dividir o Brasil, que quer incentivar o autoritarismo, que quer mandar para fora do País quem pensa diferente dele”. O repúdio e o desabafo do deputado se refere às declarações de Jair Bolsonaro, que em agenda no Piauí hoje falou em “acabar com comunistas”, “varrer a turma vermelha do Brasil” e “mandar essa cambada” para a Venezuela.
Fontana explicou que o seu chamamento não vale só para aqueles que são de esquerda. “Quando eu convido todos os democratas, todos os que defendem a democracia a fazer uma ampla aliança para dar um basta a este tipo de atitude do presidente Bolsonaro, eu estou falando em defender, por exemplo, pessoas como o diretor-geral do INPE, que foi levado à demissão. Ele, que é um técnico, foi demitido porque ousou discordar do presidente”. Ricardo Galvão foi demitido por ter feito alertas sobre o avanço do desmatamento divulgados pela instituição”.
Ao criticar a postura do Bolsonaro, o deputado Rogério Correia (PT-MG) disse que mais uma vez o presidente faltou com decoro com o povo brasileiro, em especial com os nordestinos. “Ele vai ao Nordeste e diz que vai acabar com o cocô no Brasil. O cocô, para o presidente Bolsonaro, são os adversários dele”, lamentou.
Para Correia, Bolsonaro é um presidente que não se dá ao respeito e que também não deve ter o respeito de ninguém. “E ele está perdendo o respeito internacionalmente, está perdendo o respeito do povo brasileiro”, observou. O deputado relembrou que recentemente chamou o presidente “Dick Vigarista da política brasileira”, porque ele não trata do problema do desemprego no Brasil, que já são 14 milhões de desempregados. E sugeriu: “Acho importante dizer ao presidente que ele tem que cuidar da questão de emprego, da educação. A juventude não aguenta mais os ataques que ele faz à educação pública brasileira.
“As universidades vão fechar, e o presidente fica falando de cocô. É isso que ele faz, é disso que ele fala. Quem pode respeitar um presidente como esse?”, indagou.
Nordeste
O deputado Joseildo Ramos (PT-BA) também criticou a atitude de Bolsonaro, que ele chamou de “disenteria verbal” do presidente. “Bolsonaro quando chega ao Nordeste brasileiro e, com o seu preconceito arraigado, diz — no momento em que está inaugurando uma escola com seu nome — que é preciso chover honestidade no Nordeste, quando na realidade é preciso chover honestidade em Itaipu, a binacional”, cobrou.
Joseildo se refere a acordos secretos firmados em 24 de maio deste ano – entre o governo Bolsonaro e o governo de Mario Abdo Benítez – que causaria prejuízos ao Paraguai na comercialização da energia gerada em Itaipu. “É preciso chover honestidade. É preciso saber onde é que está o Queiroz – ex-assessor de Flávio Bolsonaro – para chover honestidade. É preciso verdadeiramente que tenhamos um presidente para unir o País, não para que todos pensem da mesma forma, mas unir o País do ponto de vista dos seus propósitos, respeitando a pluralidade do nosso País”, afirmou.
O deputado do PT baiano lamentou que a cada dia, “quando pensamos que o pior já passou”, uma surpresa cada vez mais desagradável advém de um “presidente inapto, incapaz, que nos envergonha a todos”.
Vânia Rodrigues