A Câmara dos Deputados realizou sessão solene nesta quinta-feira (15) em memória à vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), morta a tiros na noite de quarta-feira (14), no centro do Rio de Janeiro. Também foi assassinado o motorista que estava com ela, Anderson Pedro Gomes. A parlamentar era conhecida por denunciar os crimes praticados por policiais militares nas favelas do Rio, especialmente os cometidos contra pobres, negros e favelados. No último final de semana, Marielle postou em seu twitter que o 41º Batalhão da PM costuma usar como método a violência na comunidade de Acari. Uma comissão externa da Câmara acompanhará o caso.
Na sessão solene desta quinta, parlamentares de vários partidos se manifestaram e condenaram o brutal assassinato. Entre os petistas presentes, Maria do Rosário (PT-RS) e Erika Kokay (PT-DF), e o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) usaram a tribuna para expressar solidariedade e cobrar providências sobre os crimes.
Maria do Rosário (PT-RS): “O assassinato de Marielle marca o Brasil, ao obstruir totalmente a expectativa que nós tínhamos de viver numa democracia. As investigações não diminuirão o impacto, mas darão a resposta sobre essa violência. Porque quem aperta o gatilho – além do criminoso que o faz – são os que promovem o ódio contra as mulheres negras como a Marielle. Quem puxa o gatilho é o que ataca o defensor e a defensora dos direitos humanos. Basta de morte, basta de ódio e chega de atacar os direitos humanos.”
Erika Kokay (PT-DF): “Essa bala foi azeitada pelo fascismo que caminha desnudo nesta Casa, que sobe às tribunas e que beija a nossa face. Nessa bala tinha os fios do racismo, do sexismo e do golpismo que está em curso no Brasil. Marielle subia nas tribunas em nome do complexo da Maré e do povo do Rio de Janeiro e sua atuação era de quem sabia a grandeza desse País e do seu povo”.
Arlindo Chinaglia (PT-SP): “O assassinato de Marielle e Anderson teve um planejamento milimétrico e metódico, e na minha opinião foi nitidamente uma execução. Ela falava e denunciava os abusos de autoridade do Rio de Janeiro, mas quem faz a denúncia de abuso de autoridade no seu ambiente de vida e de trabalho evidentemente são milhares de vozes. Nós precisamos pautar urgentemente o projeto de lei sobre o abuso de autoridade”.
Layla Andrade (estagiária)