O deputado federal Flávio Rodrigues Nogueira (PT-PI) afirmou hoje (8) que o maior desafio de 2022, para as forças democráticas e progressistas, será a derrota do governo neofascista de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de outubro próximo. Recém-ingressado no Partido dos Trabalhadores, o parlamentar piauiense é de opinião que é preciso resgatar o Brasil, que vem sendo destruído por um projeto ultraliberal que corrói direitos trabalhistas, sociais e ambientais e só cria miséria e desemprego.
“A principal tarefa será eleger Lula como presidente da República, para recuperamos o que foi perdido”, afirmou o parlamentar, em entrevista à redação do PT na Câmara. Segundo ele, a eleição será plebiscitária, opondo Lula ao ex-capitão que atualmente é presidente da República, mas recomendou que não se caia no maniqueísmo promovido pela rede bolsonarista de bem versus mal.
“Nós, que defendemos Lula, sabemos que estamos do lado do bem, mas é preciso evitar maniqueísmo, pois isso aumenta o ódio já criado (por Bolsonaro)”, ponderou Nogueira. “E quando há ódio, não há racionalidade. Ninguém reflete sobre o que é o melhor. Precisamos ter uma eleição com base em ideias e programas. E comparar o que foi feito antes por Lula com o governo atual, mostrar nossas propostas para a recuperação nacional”.
Recuperação da indústria brasileira
Para Flávio Nogueira, um dos maiores desafios de Lula como candidato, além de combater a fome, a miséria e o desemprego, será recuperar o parque industrial brasileiro para beneficiar a classe trabalhadora e levar o Brasil a ocupar de novo um posto relevante no ranking mundial das grandes economias.
“Há desindustrialização no País; o agronegócio cresceu, mas não gera emprego e o que produz é exportado. A indústria, por vários motivos, inclusive a falta de pesquisas, enfraqueceu. Indústria é o setor que mais gera emprego. Infelizmente, paramos no tempo, o bonde passou e nossa indústria perdeu espaço vital na economia brasileira. Precisamos recuperar o seu papel, para o bem do povo brasileiro”, disse o deputado.
No âmbito parlamentar, Flávio Nogueira, que é médico pneumologista e cirurgião torácico, pretende atuar em todas as frentes de reforço do Sistema Único de Saúde e também outros movimentos em prol do povo brasileiro. Entre os projetos de sua autoria, destaca o projeto de lei (PL 6120/2019), protocolado quando ainda estava no PDT e que cria o Inventário Nacional de Substâncias Químicas.
O projeto tem por objetivo consolidar uma base de informação e ter controle sobre as substâncias químicas produzidas no País ou importadas.
“Essas substâncias entram aqui sem análise, é tudo superficial, e geralmente acredita-se no que está no rótulo. Precisamos de uma entidade aqui para fazer a análise e, a partir daí, haver a comercialização de produtos como venenos e agrotóxicos. Tudo que tiver substância química tem que ter uma análise rigorosa, para preservar a saúde de quem a manipula e também a dos que consomem os produtos, como o caso dos grãos que são produzidos com o uso de agrotóxicos”, disse o parlamentar.
Segundo ele, a fiscalização atual é praticamente inexistente, pois não há órgão de controle e os produtos são liberados a partir de portarias do governo. “É muita fraca a fiscalização, não há agência reguladora específica. Essa regulamentação fica por conta do governo”. Flávio Nogueira disse que entidades como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) apoiam o projeto, que se baseia na legislação existente em países desenvolvidos, como o Canadá.
Biografia
Flávio Nogueira foi deputados estadual pelo PT, no Piauí, entre 2000 e 2001, e pelo PDT entre 2003 e 2011. Na Câmara, deputado federal pelo PDT entre 2015 e 2019 e novamente eleito em 2018, para exercer mandato até 2023. No estado, foi secretário na administração estadual e municipal. Nas últimas eleições (2018) elegeu-se como o 4º candidato mais votado, com 111.672 votos. Médico pneumologista e cirurgião torácico, é autor do livro “Prosa Eletrônica – Apontamentos do Cotidiano” e de vários trabalhos acadêmicos no campo da medicina.
Redação PT na Câmara