Deputadas denunciam racismo e genocídio no Dia Nacional da Consciência Negra

No dia Nacional da Consciência Negra (20), a Comissão de Educação em parceria com a Frente Parlamentar em Defesa da Escola Pública e em Respeito ao Profissional da Educação, na Câmara dos Deputados, debateram os avanços e desafios da luta antirracista e a promoção da diversidade e da igualdade étnico-racial na educação e na sociedade brasileira.

“Nós precisamos discutir e debater a questão da consciência. Não é só a Consciência Negra, mas também a Consciência Indígena. Nós estamos sozinhas, porque não somos sequer ouvidas e é preciso que nos ouçam. Escrevemos uma Constituição que recusamos a ler e aplicar aquilo que está delegado aos direitos dos negros, negras e indígenas”, denunciou a deputada Benedita da Silva (PT-RJ).

Autora do requerimento, a professora Rosa Neide (PT-MT) destacou a importância do tema, por tudo que tem acontecido nos últimos anos na sociedade brasileira. Para a professora, os livros didáticos retratam o 13 de maio – dia em que a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea abolindo a escravidão – como se a princesa estivesse fazendo um grande favor ao povo negro brasileiro.

“A escola fez coro a isso, ao invés de trazer consciência, impregnou mais preconceito, onde aquele que não teve força para lutar recebeu a concessão de uma princesa branca, um título de libertação, impregnando na cabeça de gerações e gerações seguintes”, ensinou Rosa Neide.

Para a deputada do MT, além da liberdade, o que deveria ter sido feito era uma Reforma Agrária e ter distribuído as terras brasileiras para quem trabalhava e derramava suor para fazer produzir. A “liberdade” chegou, mas os escravos nada possuíam. “Agora você é livre para vagar, você não tem nada, não tem terra, não tem escolarização, você não tem patrimônio, então você vai vagar. E esses que vagaram ainda estão nas periferias, para depois encher as cadeias, para depois serem mortos”, destacou Rosa Neide.

Para Margarida Salomão (PT-MG), a abolição da escravatura não foi concluída. “É fundamental que nós tenhamos eventos como esses para dar visibilidade à participação das negras e dos negros na construção da cultura brasileira. Eu tenho absoluta clareza que a abolição da escravatura é um processo inconcluso, é um processo que nós temos que trazer à consciência política da sociedade brasileira e pelo qual todos nós temos que responder”.

Zumbi dos Palmares

No dia 20 de novembro também é uma data para lembrar e homenagear o líder do Quilombo, Zumbi dos Palmares. Benedita da Silva defendeu que é preciso conhecer a história de Zumbi dos Palmares. “Ele está escrito no livro dos Heróis da Pátria Brasileira, não é um herói dos negros é da pátria brasileira. É preciso entender o que foi Zumbi, o que ele fez, o que era a sociedade de Zumbi que tinha brancos, pobres, indígenas e negros. Essa sociedade viveu uma sociedade igualitária e solidária, porque enfrentaram os mesmos perigos e não tinha uma cor de pele, pois naquele momento, todos estavam enfrentando a grande coroa”, detalhou a parlamentar.

Racismo na “Casa do Povo”

A Câmara dos Deputados também chamada como a “Casa do Povo” foi cenário, nessa terça-feira (19), de um episódio de preconceito tendo como personagem principal o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP). O parlamentar rasgou uma placa que denunciava o genocídio da população negra.

“O que aconteceu aqui ontem, quando Benedita estava abrindo uma exposição da curadoria desta casa, todos os negros, negras e parlamentares que são responsáveis foram completamente agredidos. Ontem Benedita disse: ‘A chibata bateu nas costas e ontem bateu na cara’, bateu na cara, ontem o ‘Capitão do Mato’ chegou de novo aqui, travestido de coronel, delegado, de ‘bancada da bala’ para bater na cara dos parlamentares que têm consciência e vergonha”, denunciou a deputada Rosa Neide.

Violência letal

De acordo com a pesquisa do Atlas da Violência 2019, ficou evidente a continuidade do processo de aprofundamento da desigualdade racial nos indicadores de violência letal no Brasil. Em 2017, 75,5% das vítimas de homicídios foram indivíduos negros (pretos ou pardos), sendo que a taxa de homicídios por 100 mil negros foi de 43,1, ao passo que a taxa de não negros (brancos, amarelos e indígenas) foi de 16,0. Ou seja, proporcionalmente às respectivas populações, para cada indivíduo não negro que sofreu homicídio em 2017, aproximadamente, 2,7 negros foram mortos.

Para Benedita os dados comprovam o racismo e o genocídio negro na sociedade brasileira. “Os números dos dados comprovam os assassinatos de negros e negras da nossa juventude. Dizemos que está havendo um genocídio e eles acham que é exagero, são dados institucionais, por isso nós nos manifestamos para combater o racismo institucional que é estrutural”, observou.

“Que a gente tenha a alegria de ser fruto de negros, índios e de brancos que fazem esse País tão bonito e que precisa superar tantas mazelas que nós mesmos criamos”, finalizou a professora Rosa Neide.

O seminário contou com a participação das palestrantes Catarina de Almeida Santos, professora adjunta da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília; Renisia Cristina Garcia, Pós-doutora em Sociologia pelo Centro de Investigação em Ciências Sociais (CICS) e Neide Rafael, professora do FMN-DF e entorno. Elineide Rodrigues da Cruz, diretora do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro/DF), foi a mediadora do seminário.

Veja a íntegra da audiência:

Lorena Vale

 

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex

https://smoke.pl/wp-includes/depo10/

Depo 10 Bonus 10

Slot Bet 100

Depo 10 Bonus 10

Garansi Kekalahan 100