Denúncia sobre interferência da PF nas eleições de 2018 comprova fraude para eleger Bolsonaro, afirmam petistas

Parlamentares da Bancada do PT afirmaram neste domingo (17), em postagens no Twitter, que a denúncia de que a Polícia Federal atrasou uma operação durante o segundo turno da campanha presidencial de 2018 contra Fabrício Queiroz, assessor do então deputado estadual Flavio Bolsonaro e próximo a família do atual presidente, comprovam que houve fraude deliberada para garantir a vitória do candidato Jair Bolsonaro. A denúncia foi feita pelo empresário carioca Paulo Marinho – a época integrante da coordenação da campanha de Bolsonaro – em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

De acordo com o empresário, um delegado simpatizante da candidatura Bolsonaro teria avisado ao próprio Flávio Bolsonaro, recém-eleito senador pelo Rio de Janeiro, que uma Operação da PF – chamada Furna da Onça – para investigar crimes de “rachadinha” cometidos na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, seria deflagrada.

Segundo Paulo Marinho, esse delegado também teria aconselhado Flávio, ainda deputado estadual pelo Rio de Janeiro, a demitir Fabricio Queiroz e a filha dele, que trabalhava no gabinete de deputado federal de Jair Bolsonaro, em Brasília. Segundo a Folha, os dois foram exonerados no dia 15 de outubro de 2018, antes da eleição de segundo turno para presidente, realizada no dia 28 de outubro.

O líder do PT na Câmara, deputado Enio Verri (PR), disse que essa revelação comprova que o resultado da eleição de 2018 foi fraudado, e exigiu reposta imediata das instituições públicas do País.

“O senador Flávio Bolsonaro ser avisado de uma operação da PF que o investigava e, por isso, retardada, entre os 1º e 2º turnos, é um escândalo. A fraude expõe as instituições e as obriga a dar satisfações públicas, sob pena de serem arrastadas para a condição de comparsas”, afirmou.

O candidato a presidente do PT em 2019, Fernando Haddad, também se mostrou indignado com a denúncia em postagem no Twitter. “Conforme suspeita, suplente de Flavio Bolsonaro confirma que PF alertou-o, entre o 1° é o 2° turno, de que Queiroz seria alvo de operação, que foi postergada para evitar desgaste ao clã durante as eleições. Isso se chama fraude!”, declarou.

Escândalo

A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), exigiu investigação imediata do escândalo. Segundo ela, a denúncia comprova que houve manipulações nas eleições de 2018 para que Bolsonaro saísse vitorioso.

“O MJ e a PF têm de dizer quem é o delegado e quem decidiu segurar a operação para não prejudicar a campanha de Bolsonaro. A eleição de 2018 foi uma farsa: Bolsonaro ganhou porque impediram Lula de concorrer, espalharam fake news com caixa 2 e foi protegido pela PF! Escândalo!”, acusou.

Gleisi ainda exigiu que o TSE investigue a denúncia de manipulação do resultado eleitoral de 2018. “Com mais essa revelação sobre como Bolsonaro ganhou as eleições, insistiremos que o TSE se mexa e julgue as ações de investigação das eleições de 2018 que dormem em suas gavetas. O Brasil está sendo destruído por um homem que não ganhou honestamente as eleições”, acusou Gleisi.

Ainda sobre o escândalo, o líder da Minoria no Congresso, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), lembrou que se não tivesse ocorrido a interferência da PF, e a operação Furna da Onça tivesse ocorrido durante o segundo turno em 2018, o resultado da eleição poderia ter sido outro.  “A PF participou ativamente dessa campanha eleitoral. Poderia ter impedido o resultado desastroso simplesmente cumprindo suas funções. E não o fez!”, esclareceu.

Já o líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), disse que diante de mais este escândalo fica difícil entender quem ainda defende o atual presidente. “Fala sério… Não há como entender quem ainda defende Bolsonaro e sua família”, observou.

Leia outras manifestações de parlamentares no Twitter:

Fraude nas eleições de 2018

Deputada Erika Kokay (PT-DF) – “Já podemos afirmar que Ramagem e parte da PF ajudaram a chapa da familícia de Jair Bolsonaro a fraudar as eleições presidenciais de 2018, né?”.

Deputado Paulo Teixeira (PT-SP) – “A revelação de que a Polícia Federal informou Flávio Bolsonaro, da operação Furna da Onça, é mais uma prova de que as eleições de 2018 foram fraudadas pela atuação da Polícia Federal, somada aos vazamentos de Sérgio Moro e das Fakenews”.

Deputado Rogerio Correia (PT-MG) – “PF, para ajudar eleição de Bolsonaro, antecipou a Flávio que Queiroz era investigado e atrasou denúncia. Ao mesmo tempo Moro vazou mentiras de Palloci contra PT para prejudicar Haddad. Depois o Juiz, que prendeu Lula sem provas, virou Ministro. Desenhado!”.

Deputada Natália Bonavides (PT-RN) – “Bolsonaro se elegeu nesta trama: o 1° lugar nas pesquisas impedido de participar; esquema de fake news pago com caixa 2 e financiamento empresarial; e agora mais esta”.

Novas eleições Já!

Deputada Maria do Rosário (PT-RS) – “Acostumado à ilegalidade para protegê-lo por parte de quadros da PF, Bolsonaro só pode tratá-la depois de eleito como sua cozinha. O crime é grave, tem previsão no código penal e ñ pode ficar impune. Mas vai além: é+1ilegalidade no resultado 2018. Só novas eleições limpam isso”.

Deputado Alencar Santana Braga (PT-SP) – “Novas eleições já são necessárias. Bolsonaro só ganhou porque a PF não fez o que deveria. Se caso Queiroz viesse à tona, o presidente do Brasil seria outro e não estaríamos nesse caos”.

Queiroz e família Bolsonaro

Deputado Paulo Pimenta (PT-RS) – “Uma análise cronológica dos fatos é suficiente para demonstrar como funcionou o vazamento da investigação da PF que chegou a Queiroz. Ele era o PC Farias da família Jair Bolsonaro e agora ficou fácil de provar a influência do grupo miliciano”.

Deputado Joseildo Ramos (PT-BA) – “Flávio foi avisado da operação por um delegado da PF que era simpatizante da candidatura de Jair Bolsonaro. Quem seria? O mesmo que era parte da equipe de segurança do então candidato e viria ser indicado pra chefia da PF? Seria essa a prova de lealdade valorizada por Bolsonaro?”. Miliciano na PF/RJ. As provas são robustas”.

Investigação Já

Deputado Zeca Dirceu (PT-PR) – “O alerta foi entre o 1° é o 2° turno, ou seja, eles postergaram o caso no intuito de Bolsonaro ganhar, fraudando a eleição. E mais, só reforça o interesse de Bolsonaro em manter o seu clã no controle da PF e esconder mais sujeiras. Bandidos! Precisam ser investigados já!”.

Deputado Patrus Ananias (PT-MG) – “O que a Folha conta hoje: delegado da PF adiantou a Flávio Bolsonaro operação contra Queiro e PF adiou operação em 2018 para não prejudicar campanha de Jair Bolsonaro. Caso Queiroz implica família Bolsonaro sem dúvida alguma”.

Também divulgaram o escândalo e cobraram investigações imediatas os deputados petistas Afonso Florence (BA), Paulão (AL), Paulo Guedes (MG), João Daniel (SE), Professora Rosa Neide (MT), Airton Faleir (PA), Nilto Tatto (SP), Margarida Salomão (MG), Bohn Gass (RS) e Helder Salomão (ES).

 

Héber Carvalho

 

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