Deltan Dallagnol é punido por abusos na Lava Jato; petistas comentam pena branda

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) aplicou a pena de advertência ao procurador Deltan Dallagnol. Coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan afirmou que ministros do Supremo Tribunal Federal estavam mandando uma “mensagem muito forte de leniência a favor da corrupção” ao comentar a decisão que retirou do então juiz Sérgio Moro trechos de delações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro Guido Mantega.

Sem nomear, o procurador fez referência aos ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, que votaram a favor da decisão na Segunda Turma do STF. Em agosto, Dallagnol afirmou à rádio CBN:

“Os três mesmos de sempre do Supremo Tribunal Federal que tiram tudo de Curitiba e que mandam tudo para a Justiça Eleitoral e que dão sempre os habeas corpus, que estão sempre formando uma panelinha assim que manda uma mensagem muito forte de leniência a favor da corrupção”, disse o procurador.

“Objetivamente, Milton [Young, jornalista da CBN], eu não estou dizendo que estão mal-intencionados nem nada, estou dizendo que objetivamente a mensagem que as decisões mandam é de leniência. E esses três de novo olham e querem mandar para a Justiça Eleitoral como se não tivesse indicativo de crime? Isso para mim é descabido”, complementou.

O deputado Pedro Uczai (PT-SC) comentou em seu twitter a decisão do CNMP: “É importante e pedagógico, mas ainda é muito pouco para quem descumpriu a Constituição e suas prerrogativas funcionais deliberadamente por 4 ou 5 anos.” O deputado Rogério Correia (PT-MG) aponta também que Dallagnol precisa ser julgado por outras arbitrariedades. “E quando Deltan Dallagnol será julgado por formação de quadrilha, abuso de autoridade, organização criminosa e corrupção com recursos da Petrobras?”, questionou. Para o líder da Bancada do PT, Paulo Pimenta (RS), está “aberta a temporada de derrotas do justiceiro da Lava Jato”, ao se referir a Deltan Dallagnol, que comanda a força-tarefa da Lava Jato.

Em suas contas no Twitter, os deputados petistas José Guimarães (CE) e Paulão (AL) escreveram: “A palavra é de prata, e o silêncio, de ouro”, anotou Guimarães. O deputado Paulão avalia que a pena foi branda. “Já pensou se fosse um pacato cidadão que tivesse feito a crítica ao Poder Judiciário? Foi uma pena branda. Mas, fez o CNMP romper o corporativismo”.

Segundo relato do Uol, a defesa do procurador disse ao CNMP que as críticas foram feitas dentro dos limites do direito à liberdade de expressão.

“Não se vê aí mais que um excesso de zelo compatível com a juventude do procurador”, disse o advogado Francisco Rezek, que é ex-ministro do STF. “Vai se oferecer a cabeça do jovem procurador em holocausto, mas em holocausto a quem”, perguntou Rezek.

Por Brasil 247 com PT na Câmara

foto – Divulgação CNMP

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