Delação de Lúcio Funaro impõe anulação de impeachment de Dilma Rousseff

A defesa da presidenta eleita Dilma Rousseff e vários deputados da bancada do PT na Câmara exigiram, nesta segunda-feira (16), a anulação do impeachment, após as informações reveladas na delação do doleiro do PMDB, Lúcio Funaro, junto à Procuradoria Geral da República (PGR). Nos vídeos divulgados pela imprensa, no último fim de semana, o doleiro afirma que repassou R$ 1 milhão para o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha comprar votos a favor do impeachment de Dilma Rousseff, em 2016.

O advogado de defesa da presidenta eleita Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo, informou em nota que, nesta terça-feira (17), irá requerer a juntada da delação de Lúcio Funaro nos autos do mandado de segurança, ainda não julgado pelo STF, em que se pede a “anulação do impeachment que cassou o mandato da presidenta legitimamente eleita”. Segundo a defesa, na delação ficou demonstrado que Eduardo Cunha comprou votos de parlamentares em favor do impeachment.

“Entendemos que na defesa da Constituição e do Estado Democrático de Direito, o Poder Judiciário não poderá deixar de se pronunciar a este respeito, determinando a anulação do impeachment de Dilma Rousseff por notório desvio de poder e pela ausência de qualquer prova de que tenha praticado crimes de responsabilidade”, destacou o advogado José Eduardo Cardozo, na nota.

A divulgação da delação do doleiro do PMDB também causou indignação entre parlamentares da bancada petista na Câmara. Pelas redes sociais, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) cobrou uma atitude do Supremo Tribunal Federal, que permaneceu “acovardado” diante do golpe. ” O STF não pode continuar acovardado diante dos fatos”, disparou.

Na mesma linha, o deputado Helder Salomão (PT-ES) disse que “é impressionante como alguns apoiadores do impeachment insistem em não dar o braço a torcer” diante da revelação de Lúcio Funaro. “O golpe só foi possível com a compra de votos. Golpistas destituíram a presidenta Dilma por crime de responsabilidade, que sequer existiu”, destacou.

Pelo Twitter, o deputado Pedro Uczai (PT-SC) disse: “É o que sempre dissemos: o golpe à democracia e à presidenta legitimamente eleita, Dilma Rousseff, foi comprado”.

Ao usar a hastag #anulaSTF, o líder da Minoria no Congresso, deputado Décio Lima (PT-SC) afirmou no twitter que o golpe está “sendo desmascarado a cada dia”. Ao usar adjetivo semelhante, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) disse que a delação de Funaro deixa “o golpe cada vez mais escancarado”.

Foto: Gustavo Bezerra

Nas redes sociais a deputada Margarida Salomão (PT-MG) também lembrou que foram usados “R$ 1 milhão de reais para derrubar a presidenta Dilma. E nós estamos pagando o pato! ”. O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) destacou ainda que o “impeachment foi comprado e precisa urgentemente ser anulado” e que por conta disso hoje “o Brasil tem um governo ilegítimo, que está no poder vendendo nossas riquezas e acabando com os direitos da população! ”, observou.

Foto: Gustavo Bezerra

Héber Carvalho

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