Pacote de Bolsonaro é “eleitoreiro” e “peça de ficção” para ludibriar o povo brasileiro

Fotos: Gabriel Paiva/Agência Câmara

Parlamentares da Bancada do Partido dos Trabalhadores, em discursos na tribuna da Câmara nesta terça-feira (7), classificaram o pacote apresentado por Bolsonaro na noite de ontem de “eleitoreiro”. A proposta prevê redução nos preços dos combustíveis e gás de cozinha só até dezembro deste ano. Para os petistas, essa é mais uma tentativa de Bolsonaro de ludibriar o povo brasileiro. “É peça de ficção”, sentenciou o deputado José Guimarães (PT-CE).

“É um governo incompetente que não sabe fazer a gestão política da economia brasileira. O ministro Paulo Guedes (Economia) está desmoralizado, porque não sabe o que dizer e apresenta uma peça de ficção para tentar enganar os estados e o povo brasileiro”, afirmou Guimarães.

Pirotecnia governamental

O deputado deixou claro que a redução no preço do combustível é a meta que se quer alcançar, mas não com “pirotecnia” governamental. “Por que só viram isso, agora, depois de 4 anos? O governo tenta enganar a opinião pública brasileira. Sabe o que ele está fazendo? O presidente da Petrobras anunciou a antecipação dos dividendos a serem distribuídos entre os acionistas, quase R$ 50 bilhões serão distribuídos no dia 20 de junho e no dia 20 de julho. Antecipa-se a distribuição dos dividendos”, revelou Guimarães.

“Eu percebi o tamanho do constrangimento dos presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados — principalmente do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco — que foram levados a assistir a um show de pirotecnia, de irresponsabilidade, de incompetência fiscal com o País, naquela entrevista, ontem à noite”, classificou o deputado cearense.

Encontro de contas

O deputado esclareceu que para reduzir o preço dos combustíveis, Bolsonaro retiraria recursos tributários dos estados ao propor que esses entes federados zerem alíquota do imposto estadual sobre o diesel e gás e o governo federal faria a compensação.

“Vejam a sacanagem, primeiro, não vai haver compensação nos estados, sabem por quê? Porque a maioria dos estados são devedores da União e ele vai fazer o encontro de contas. É brincadeira o que este governo está fazendo com o Brasil, com a Federação”, criticou Guimarães.

O deputado Elvino Bohn Gass (PT-RS) é da mesma opinião. Para ele, esse argumento do governo de que vai compensar os estados é uma falácia. “Não será uma compensação verdadeira, porque ele vai querer fazer um ajuste de contas e, dessa forma, não vai repassar dinheiro aos estados”, denunciou.

Custo do acordo

O custo do acordo que que foi divulgado e que tem duração até dezembro gira em torno de R$ 25 bilhões a R$ 50 bilhões. Mas o governo não detalhou em qual orçamento esse montante será lançado, e usaria uma arrecadação extraordinária que ainda dependeria da privatização da Eletrobras.

“Bolsonaro anuncia que o provável valor de R$ 25 bilhões a R$ 50 bilhões é por conta da venda da Eletrobras. Nem venderam ainda a estatal e já estão empenhando coisas que não sabem se vão dar certo”, alertou o deputado.

Desespero eleitoral

Para o deputado Bohn Gass esse anúncio feito pelo governo revela “eminente desespero da provável derrota eleitoral” e, ao mesmo tempo, mostra a sanha governamental em “torrar o dinheiro público obtido a partir da privatização da Eletrobras”.

“Isso para subsidiar uma diminuição do ICMS dos estados, em função do descontrole dos altíssimos preços do diesel, do gás, da gasolina, da energia, provocado pela péssima política de Bolsonaro e Guedes”, afirmou.

Enganação

Em sua análise, Bohn Gass afirma que o pacote bolsonarista é “enganação” é que Bolsonaro está fingindo. “Ele está fingindo que isso resolverá o problema, e não resolverá porque ele não ataca a verdadeira raiz dos custos reais da elevação dos preços dos combustíveis. O preço é dolarizado. Há paridade com o preço internacional. Isso ele não ataca porque ele se rende aos interesses dos acionistas — e nosso povo brasileiro paga essa conta”, lamentou.

“Nós não podemos concordar com isso e nem colaborar, querendo dar uma de malandro aqui, junto com a ideia da malandragem de Guedes e Bolsonaro de que isso resolveria o problema, para amenizá-lo neste período eleitoral. Pasmem: isso é só até dezembro”, alertou Bohn Gass.

Paliativo

Para o deputado Zé Neto (PT-BA) essa proposta anunciada pelo governo não passa de paliativo. Ele também acusa Bolsonaro de não atacar a raiz do problema. “Vamos tirar bilhões e bilhões dos municípios e dos estados através do ICMS, que vai ser zerado, e sabe lá Deus o que vai ser feito. Por isso é menos dinheiro para educação, menos dinheiro para saúde, menos dinheiro para o dia a dia desses municípios, para não mexer na Petrobras, que hoje infelizmente não atende aos interesses do brasileiro”, lamentou.

Também se pronunciaram sobre o tema, os parlamentares, Leo de Brito (PT-AC), Carlos Zarattini (PT-SP) e Henrique Fontana (PT-RS).

 

Benildes Rodrigues

 

 

 

 

 

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