A deputada Dandara (PT-MG) destaca a importância de se debater sobre a renovação na esquerda brasileira – que não se resuma ao âmbito geracional, mas que englobe também o campo das ideias e de novas formas de se fazer política. “Vivemos hoje uma fase de novas dinâmicas de acumulação de capital, marcadas pelo surgimento de novas formas de exploração do trabalho e pela falta de esperança da classe trabalhadora em modificar seu escasso quinhão na distribuição da renda nacional, concentrada em níveis inéditos nas mãos de ainda menos pessoas”, avalia.
Soma-se a isso, de acordo com a deputada, o temor pela incerteza quanto ao futuro do nosso planeta diante de eventos climáticos extremos. “A ‘crise do futuro’ provoca uma crise de esperança. Fica então a pergunta: como esse contexto de mudanças sociais nos provoca a pensar novos arranjos da esquerda brasileira para o futuro?”, indaga.
Para Dandara, uma prioridade deve ser a de olhar com mais atenção para o interior do Brasil, onde vivem 41% da população brasileira. “O modo de vida, as prioridades e os interesses dessa parte do País devem estar representados nos debates nacionais, garantindo, por exemplo, medidas redistributivas para diminuir as desigualdades regionais”. Ela cita a regulamentação da Reforma Tributária, cujos orçamentos municipais devam ser preservados, “porque são eles que custeiam serviços públicos locais que não podem ser ainda mais precarizados”.
Esperança
“A condição de possibilidade do progressista é a de existir esperança no futuro. Se quiser esperançar o país, as esquerdas precisarão priorizar a capacidade de esperançar também a força do interior do Brasil. Ali, onde, ao mesmo tempo, em que está cravado o Brasil profundo, também está o novo Brasil emergente”, conclui.
Assessoria de comunicação da deputada Dandara