Dallagnol foge de audiência na Câmara e petistas pedem sua prisão e CPI sobre fundo da Lava Jato

O procurador da Força-Tarefa da Lava Jato Deltan Dallagnol fugiu de audiência pública realizada hoje (11) pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (Cetasp) para tratar de dois misteriosos fundos privados – num total de R$ 9,3 bilhões – oriundos de acordos firmados entre os procuradores de Curitiba, a Petrobras, a Odebrecht e o governo dos Estados Unidos. Convidado, não compareceu, não deu satisfações e sua cadeira ficou vazia.

O líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), defendeu a prisão de Dallagnol e de todos os envolvidos com o ilegal acordo, além da realização de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o caso e outras movimentações suspeitas da Lava Jato.

Segundo Pimenta, o acordo que levou à criação dos dois fundos que seriam geridos por pessoas indicadas pela Lava Jato, sem nenhum controle público, embora os recursos devessem ser destinados à União, é ilegal e constitui crime de lesa pátria, abrindo caminho para a prisão tanto de Dallagnol e outros procuradores como da juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal de Curitiba, que legitimou o acordo.

“É uma situação grave, os procuradores, sem base legal, firmaram acordo com os EUA, em nome do Brasil, com a agravante de terem repassado a um governo estrangeiro documentos sigilosos da Petrobras, uma empresa estratégica para o povo brasileiro”, denunciou Pimenta.

Escândalo

O acordo foi suspenso por liminar do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O acordo entre a Lava Jato, Petrobras e Departamento de Justiça dos EUA resultou em R$ 2,5 bilhões da estatal para um fundo privado. O outro, firmado em 2016, sob a batuta do então juiz Sérgio Moro, resultou em outro fundo privado de R$ 6,8 bilhões, oriundos dos cofres da empreiteira Odebrecht, em tratativas entre a Lava Jato e o governo dos EUA.

Conforme lembrou o deputado Rogério Correia (PT-MG), autor do requerimento de convocação da audiência pública, o caso é tão escandaloso que tudo foi escondido até mesmo da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. “Dallagnol e Moro usaram a Petrobras como laranja de seu projeto político e ideológico”, denunciou o parlamentar.  O deputado qualificou como extremamente grave o caso e disse que, se já estivesse em andamento uma investigação, Dallagnol estaria na cadeia pelo crime cometido.

Ele também defendeu uma CPI para investigar o nebuloso mundo da Lava Jato e os acordos de leniência firmados com os EUA, país com fortes interesses nas megajazidas da camada de pré-sal. “É extremamente grave, alocaram recursos sem autorização legislativa”, lembrou Correia, ao observar que cabe ao Congresso Nacional ordenar o Orçamento do País.

Fato preocupante

O advogado Vinicius Torquetti Rocha, da Advocacia-Geral da União, assinalou que todos os recursos dos dois fundos são públicos e não poderiam ter sido movimentados de forma extraorçamentária pela Força-Tarefa da Lava Jato. Ele disse que se trata de fato preocupante, pois são bilhões sem fiscalização. Lembrou também que no Estado de Direito quem representa o Brasil em acordos internacionais é a União, jamais o Ministério Público. “Não há espaço para salvacionismo ou voluntarismo, quem trata de Orçamento Público é o Congresso Nacional”, sublinhou o representante da AGU.

Atropelo das leis

Segundo a advogada Virgínia de Angelis, do Tribunal de Contas da União, o caso está sendo analisado na Corte à luz do ordenamento jurídico, que pressupõe que a aplicação de recursos públicos prescinda de aprovação pelo Congresso Nacional. Indiretamente, avisou que a Lava Jato atropelou as leis.

O representante da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacellar da Silva, criticou o acordo com os EUA. Ele disse que a Lava Jato levou em consideração somente os interesses norte-americanos, prejudicando tanto a Petrobras como os interesses nacionais. “A Lava Jato colocou-se acima dos três poderes da República”, denunciou.

Convocação de Moro

Rogério Correia informou que na Comissão já foi aprovado um convite para que o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, compareça à Cetasp para explicar o misterioso acordo firmado com a Odebrecht em 2016. “Se não vier, será convocado”, adiantou o parlamentar.

Na audiência pública, Rogério Correia apresentou um Power Point em que, à la Dallagnol, mostrou como a Lava Jato agiu para defender os interesses dos EUA, tendo como pano de fundo a abertura do pré-sal para as petroleiras dos EUA. “Destruíram empresas nacionais e enfraqueceram a Petrobras e prenderam Lula sem provas porque ela se antepunha a tudo isso. Mas quem com Power Point fere, com Power Point será ferido”, provocou o parlamentar.

Raquel Dodge justificou sua ausência na audiência pública por estar em compromisso fora do Brasil. Em documento encaminhado à Cetasp, informou ter sugerido ao STF que os R$ 2,5 bilhões sejam destinados ao Orçamento da Educação. Segundo Rogério Correia, a Cetasp vai protocolar um pedido de audiência com Dodge para tratar dos dois ilegais e bilionários  fundos da Lava Jato.

Leia mais:

Petista quer saber onde foram parar R$ 6,8 bi de multa da Odebrecht administrada pela Lava Jato

 CNJ determina processo contra juíza Hardt por conluio com Lava Jato

PT cobra de Moro, Araújo, CGU e Advocacia-Geral da União informações sobre “misteriosa” Fundação Lava Jato

Deputado mostra powerpoint de Dallagnol e Moro na Câmara

PT na Câmara 

 

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex